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Política & Poder

CPI queria buscas no Ministério da Saúde, mas Aras não deixou, diz Randolfe

Procurador-geral entendeu que uma visita de policiais federais no Ministério poderia configurar excesso. Senador afirmou que poderá haver novas operações

Redação Jornal de Brasília

17/09/2021 11h12

Foto: Agência Senado

A Polícia Federal realizou, nesta sexta-feira (17), a pedido da CPI da Pandemia e sob ordens do Supremo (STF), uma operação na sede da farmacêutica Precisa Medicamentos. Segundo o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a PF também faria buscas no Ministério da Saúde, mas o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, vetou a presença dos agentes.

Randolfe explica ao portal UOL que a operação se fez necessária porque a Precisa Medicamentos se negou a entregar documentos para a CPI. A empresa intermediou negociação entre a pasta e a fabricante Bharat Biotech para compra — que seria superfaturada — da vacina indiana Covaxin contra a covid-19.

O principal documento que os senadores precisam obter seria o contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa de compra da Covaxin, afirma Randolfe. “O pedido [de busca no Ministério houve, sim. A requisição da CPI era tanto no Ministério da Saúde quanto na Precisa Medicamentos. O Ministério da Saúde foi requisitado também porque a não obtenção do contrato, a negativa do contrato para que esses documentos chegassem à CPI, estava advindo de ambos”, disse o Senador.

O vice-presidente da CPI disse que Aras ressaltou que, nesse momento, uma busca no Ministério da Saúde poderia representar excesso, “visto que, se o contrato havia sido entre partes privadas, sendo a Precisa e a Bharat Biotech, em tese, esse contrato deveria estar no âmbito da Precisa Medicamentos”. Randolfe afirmou ainda que entende e respeita decisão do procurador-geral, mas declarou: “A porta para novos pedidos, eventualmente, se for necessário no entender da CPI, não foi fechada”.

Precisa se revolta

Através de nota, a Precisa disse que é “inadmissível, num estado que se diz democrático de direito, uma operação como essa de hoje”. A empresa diz que entregou os documentos necessários à CPI. “A operação de hoje é a prova mais clara dos abusos que a CPI vem cometendo, ao quebrar sigilo de testemunhas, ameaçar com prisões arbitrárias quem não responder as perguntas conforme os interesses de alguns senadores com ambições eleitorais e, agora, até ocupa o Judiciário com questões claramente políticas para provocar operações espalhafatosas e desnecessárias. A CPI, assim, repete o modus operandi da Lava Jato, com ações agressivas e midiáticas, e essa busca e apreensão deixará claro que a Precisa Medicamentos jamais ocultou qualquer documento”.

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