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Política & Poder

‘Continuamos em posição de equilíbrio’, diz Bolsonaro sobre guerra

As invasões russas na Ucrânia completam o oitavo dia de duração

Evellyn Luchetta

03/03/2022 21h18

Foto: Evaristo Sá / AFP

O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou durante uma live realizada nesta quinta-feira, 03, que o Brasil continua em uma posição de equilíbrio em relação ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia. As invasões russas na Ucrânia completam o oitavo dia de duração.

Durante esse período, Bolsonaro é pressionado para condenar os ataques russos contra os ucranianos. Em resposta, o mandatário disse que: “Muita gente questiona que o presidente precisa ter uma posição mais firme de um lado ou de outro. O Brasil continua numa posição de equilíbrio. Nós temos negócios com os dois países. Não temos a capacidade de resolver esse assunto. Então o equilíbrio é a posição mais sensata por parte do governo federal”.

O presidente seguiu dizendo que a guerra não é benéfica para nenhum dos países. “Nós torcemos, e o que for possível, nós faremos, pela paz. A guerra não vai produzir efeitos benefícios para nenhum dos dois países, muito menos para o mundo. Qualquer conflito, nós estamos vendo, as consequências estão aí”, disparou.

Conversa com Boris Johnson

Apesar de sempre se esquivar ao falar sobre o conflito europeu, Bolsonaro se relacionou com o tema duas vezes nesta quinta-feira, 03. O chefe do executivo teve uma conversa telefônica com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Na ocasião, os dois concordaram em pedir um cessar-fogo na Ucrânia.

A informação foi dada por um porta-voz de Johnson. “O primeiro-ministro conversou com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, sobre a situação na Ucrânia”, disse o porta-voz. “Os dirigentes concordaram na necessidade de um cessar-fogo urgente na Ucrânia e declararam que a paz deve prevalecer”, completou.

Bolsonaro, no entanto, mantém sempre o discurso de que não irá ‘tomar partido’ diante a situação e evita a todo custo criticar o presidente russo, Vladimir Putin.

Desautorizando Mourão

Em uma dessas manobras para escapar de emitir críticas contra Putin, o presidente brasileiro chegou a desautorizar seu vice, Hamilton Mourão. O vice havia dito que “O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano”.

Bolsonaro, por sua vez, cortou a fala do colega durante sua live semanal, realizada na semana passada, 24. Segundo o mandatário, o general teria dado uma ‘peruada’ quando declarou que o Brasil não concorda diante a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“O artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente e o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Então, com todo respeito a essa pessoa que falou isso — e eu vi as imagens –, ela está falando algo que não deve, que não é de competência dela“, disse.

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