Menu
Política & Poder

Chefe do Ibama é afastado, e Salles tem sigilos quebrados

STF determinou quebra de sigilos bancário e fiscal de Salles. PF investiga exportação ilegal de madeira

Redação Jornal de Brasília

19/05/2021 8h45

Foto: Agência Brasil

O presidente do Ibama, Eduardo Bim, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (19) a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bim é investigado em operação da Polícia Federal que apura exportação ilegal de madeira. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também é alvo e teve os sigilos bancário e fiscal quebrados.

Além do presidente do Ibama, outros nove servidores do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente foram afastados. Eles também tiveram os sigilos quebrados. A PF investiga a edição de um despacho pelo Ibama, em 2020, que teria permitido a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações. O despacho teria sido elaborado a pedido de empresas com cargas apreendidas nos Estados Unidos e na Europa.

Segundo investigações, os carregamentos de madeira eram enviados para os EUA e Europa. As apurações começaram em janeiro deste ano, quando a PF obteve informações de autoridades estrangeiras que mostraram que cargas não licenciadas foram apreendidas no exterior, e que poderia ter ocorrido um “possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo”. Ainda de acordo com a PF, os crimes ocorreram entre 2019 e 2020.

Delegado afastado

No início deste mês, o delegado da PF Alexandre Saraiva, que denunciou o ministro Ricardo Salles, foi afastado. Logo após, Saraiva publicou um recado nas redes sociais: “Aviso aos ladrões de terras e madeira: o jogo só termina quando acaba. Sentenças são sujeitas a recursos”, escreveu, no último dia 5 de maio.

Enquanto chefe da superintendência da PF no Amazonas, Saraiva encaminhou ao STF uma notícia-crime em que pede investigação das condutas de Salles e do senador Telmário Mota (Pros-RR) por atrapalhar medidas de fiscalização. Na notícia-crime, Saraiva faz referência à maior apreensão de madeira da história do Brasil. Essa carga, inclusive, foi alvo da juíza federal Mara Elisa Andrade, do Amazonas, que mandou a PF devolvê-la.

PF e Salles estão em atrito desde o dia que o ministro decidiu visitar o local de apreensão da madeira, no Pará.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado