Menu
Política & Poder

Butantan ofereceu 45 milhões de doses de vacina até dezembro de 2020, diz Covas

Presidente do Butantan declarou que as conversas estavam “indo muito bem”, mas que declarações de Bolsonaro teriam quebrado o acordo

Willian Matos

27/05/2021 10h22

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse à CPI da Covid nesta quinta-feira (27) que ofereceu ao governo federal 100 milhões de doses de vacina contra a covid-19. Destas, 45 milhões seriam entregues até dezembro de 2020.

Covas contou que o primeiro contato foi feito no dia 30 de julho. Já no dia 7 de outubro, enviou ofício ao Ministério da Saúde reafirmando ofícios anteriores e oferecendo as 100 milhões de doses. Destas, 45 milhões seriam entregues até dezembro de 2020; 15 milhões até fevereiro de 2021; e 40 milhões até maio deste ano.

Para o presidente do Butantan, declarações do presidente Jair Bolsonaro teriam evitado que as tratativas prosseguissem. “Tudo aparentemente estava indo muito bem”, comentou. Covas relembrou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello o convidou para uma cerimônia no dia 20 de outubro, e que, até a data do evento, o acordo estava encaminhado.

No entanto, Covas disse que, após a cerimônia, “é notório que houve uma inflexão”. Para o presidente do Butantan, as conversações não prosseguiram “porque houve uma manifestação do presidente da República dizendo que a vacina não seria de fato incorporada.”

Covas declarou ainda que a vacinação, que começou em janeiro de 2021, poderia ter sido iniciada antes disso. Isso porque o Butantan já possuía 5,5 milhões de doses prontas ainda em dezembro de 2020 e mais 4,5 milhões sendo fabricadas. “Nós já tínhamos as doses, elas estavam disponíveis”, comentou. O presidente reforçou que o Brasil poderia ser o primeiro país do mundo a iniciar a imunização contra a covid-19, mas que não houve contrato com o Ministério da Saúde.

Dimas, no entanto, não sabe ao certo o porquê de as propostas não terem sido aceitas. “É uma boa pergunta”, respondeu ao relator Renan Calheiros (MDB-AL). O presidente acredita, contudo, que houve um descompasso quanto ao entendimento da gravidade da pandemia. “A dúvida em relação à vacina e a importância da vacina no momento”, justificou.

O governo federal fechou acordo com o Butantan no dia 7 de janeiro deste ano.

A sessão da CPI começou por volta de 10h e prossegue ao longo do dia. Assista:

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado