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Política & Poder

Brasil negocia com França acordo para combustível nuclear de submarino, diz Itamaraty

Estimado em R$ 40 bilhões em valores atuais, o Prosub prevê a construção de quatro submarinos convencionais

Redação Jornal de Brasília

22/03/2024 12h26

Palácio do Itamaraty na Esplanada dos Ministérios/ Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

RICARDO DELLA COLETTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O Itamaraty afirmou nesta sexta-feira (22) que o governo do Brasil está em conversas com a França para que o país europeu coopere inclusive na parte do combustível nuclear do submarino “Álvaro Alberto”, em desenvolvimento no âmbito do Prosub (o programa brasileiro de submarinos).

“Com relação ao primeiro ponto [da pergunta], do combustível nuclear [do submarino] e da cooperação que a França possa ter nessa área, nós acreditamos que sim, que é uma área em que talvez houvesse uma resistência no passado, mas hoje já há conversas sobre essa possibilidade: de que a França coopere conosco inclusive nesse aspecto à luz da energia nuclear, do combustível nuclear”, disse a embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, Secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty.

A declaração foi feita pela embaixadora, em resposta a pergunta da Folha de S.Paulo, durante briefing realizado no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, para detalhar aspectos da visita ao Brasil do presidente da França, Emmanuel Macron, na próxima semana.

“Sim, é um assunto estratégico, sensível, delicado, mas sim: os dois países estão conversando sobre isso também”, complementou a diplomata.

O Prosub faz parte de um acordo de parceria estratégica assinado entre França e Brasil em 2008.

Estimado em R$ 40 bilhões em valores atuais, o Prosub prevê a construção de quatro submarinos convencionais (dois dos quais estão prontos) e um submarino convencional movido a propulsão nuclear, batizado de “Álvaro Alberto”.

A informação de que os franceses estarão dispostos a cooperar inclusive na parte de combustível nuclear da embarcação “Álvaro Alberto” representa uma mudança na postura de Paris, com possíveis implicações geopolíticas. Isso porque o acordo assinado em 2008 com a França previa “apoio francês, no longo prazo, para a concepção e construção da parte não-nuclear do submarino”.

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