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Mundo

Rússia e China vetam resolução dos EUA que determinava cessar-fogo em Gaza

A proposta americana acontece em meio às tentativas do país de pressionar Tel Aviv a desistir de uma operação militar em Rafah

Redação Jornal de Brasília

22/03/2024 11h50

Foto: MOHAMMED ABED / AFP

FERNANDA PERRIN
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS)

A Rússia e a China vetaram uma resolução proposta pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança das Nações Unidas que determinava um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

A votação ocorreu nesta sexta-feira (22). O representante russo acusou o texto de proteger Tel Aviv e chamou Washington de hipócrita por ter bloqueado até agora uma resolução pedindo um cessar-fogo, mudando de postura apenas agora.

O placar foi 11 votos a favor, 3 contrários e 1 abstenção.

No ano passado, por exemplo, os EUA vetaram uma resolução proposta pelo Brasil pouco tempo após a eclosão do conflito que falava em “pausas humanitárias”, sob a justificativa de que o texto não reconhecia o direito de Israel de se defender.

A proposta americana acontece em meio às tentativas do país de pressionar Tel Aviv a desistir de uma operação militar em Rafah. Nesta sexta, o secretário de Estado, Antony Blinken, chega à região para levar a mensagem de que “uma grande operação militar em Rafah seria um erro”, afirmou.

“Os EUA está trabalhando incansavelmente para garantir um cessar-fogo duradouro e imediato como parte de uma cordo para libertação dos reféns que vai nos ajudar a lidar com a situação humanitária em Gaza”, afirmou a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, antes da votação.

“Esse é um momento em que o Conselho de Segurança tem um papel crítico. Essa resolução vai colocar pressão sobre o Hamas para aceitar um acordo”, completou.

O forte apoio americano ao seu maior aliado no Oriente Médio, no entanto, passa por um período turbulento diante das críticas às operações de Israel. Segundo autoridades palestinas, 32 mil pessoas foram mortas desde o início da guerra, em sua maioria mulheres e crianças.

Pressionado dentro e fora dos EUA, o presidente Joe Biden mudou seu discurso e passou a cobrar publicamente o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Em conexão com a postura mais crítica ao aliado, Washington também implementou sanções contra colonos judeus na Cisjordânia associados a episódios de violência.

Esta é a nona vez que o Conselho de Segurança vota uma resolução sobre o conflito entre Israel e o Hamas. Até agora, apenas duas foram aprovadas.

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