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Política & Poder

Bolsonaro dá o troco no Congresso e reforça embate com Supremo e Legislativo; leia análise

Antes de se ausentar da parada promovida pelo governo na Esplanada dos Ministérios, Pacheco afirmou publicamente que não iria

Redação Jornal de Brasília

08/09/2022 14h28

Foto: Sérgio Lima/ AFP

A resposta veio com a mesma arma, o boicote. Se os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, se ausentaram do desfile cívico-militar do 7 de Setembro para não participar do que, anteviram, seria transformado em palanque eleitoral por Jair Bolsonaro, o presidente e candidato à reeleição devolveu. Bolsonaro esvaziou a celebração do parlamento e faltou de última hora à sessão solene em homenagem ao bicentenário da Independência, realizada nesta quinta-feira, dia 8, no Congresso.

O cerimonial do Palácio do Planalto avisou sobre a ausência de Bolsonaro apenas ao amanhecer. Segundo a Presidência do Senado, nenhuma justificativa foi encaminhada ao Congresso ou às demais autoridades presentes. O Estadão questionou a Presidência da República, mas o motivo ainda não foi esclarecido. A campanha de Bolsonaro não se manifestou. A agenda dele prévia previa atividades em Brasília.

O presidente Jair Bolsonaro não compareceu à solenidade de comemoração dos 200 anos da Independência realizada no Congresso com a participação dos presidentes dos demais poderes além do presidente de Portugal Marcelo Rebelo Sousa. Foto: Wilton Junior / Estadão
Ao ficar de fora da cerimônia, Bolsonaro se autoisolou, mas mandou o recado de que não participaria de uma festa institucional organizada pelos dois poderes que viraram alvo da ira de seu eleitorado, o Congresso, e, sobretudo, o Supremo.

Para reforçar a descortesia de Bolsonaro, que o deixou ainda mais isolado perante os demais poderes, na abertura da sessão Rodrigo Pacheco fez questão de citar que todos os ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff enviaram mensagens de escusas por se ausentarem e cumprimentaram o Congresso. Somente os emedebistas José Sarney e Michel Temer compareceram ao plenário, reservado a diplomatas estrangeiros, congressistas e autoridades dos demais poderes, como os ministros do Supremo Dias Toffoli e Alexandre de Moraes.

Além de Pacheco e Fux, compuseram a mesa o presidente da Câmara, Arthur Lira, aliado de Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, de Cabo Verde, José Maria Neves, e da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló. Do Executivo, compareceram somente os ministros das Relações Exteriores, Carlos França, e da Educação, Victor Godoy, acomodados no plenário, esvaziado, com poucos senadores e deputados, quase nenhum da base governista.

Antes de se ausentar da parada promovida pelo governo na Esplanada dos Ministérios, Pacheco afirmou publicamente que não iria, apesar de ter permanecido em Brasília, assim como Fux. O senador mineiro disse que receberia Bolsonaro e reuniria os chefes dos três poderes no Congresso nesta quinta-feira, para uma “solenidade verdadeiramente cívica”. Fux não deu explicações em público.

Estadão Conteúdo

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