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Política & Poder

Áudios entre suspeitos e PCC levaram a investigação de corrupção em SP

Segundo os promotores, o grupo estaria envolvido em um esquema de fraudes em licitações do PCC junto a prefeituras e Câmaras Municipais

Redação Jornal de Brasília

16/04/2024 16h49

Foto: Divulgação

O Ministério Público de São Paulo (MPSP), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e com o apoio da Polícia Militar (PMSP), cumpriu, nesta terça-feira (16), 15 mandados de prisão temporária e 42 de busca e apreensão de grupo ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o coronel Emerson Massera, as investigações começaram com o monitoramento de áudios de integrantes da facção, que levaram à identificação de um esquema liderado por pessoas ligadas à organização criminosa. “A partir daí verificamos a participação de funcionários públicos e vereadores que direcionavam licitações por meio do controle de empresas”, disse o coronel em coletiva de imprensa.

Segundo os promotores de Justiça do Gaeco, o grupo estaria envolvido em um esquema de fraudes em licitações perpetradas por integrantes do PCC junto a prefeituras e Câmaras Municipais de cidades como Mogi, Guarulhos, Santos, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Poá, Buri, Jaguariúna e Itatiba, entre outras.

Além de Massera, também estiveram presentes na coletiva os promotores Yuri Fisberg, Flavia Flores e Frederico Silveira, que falaram sobre a operação batizada Munditia.

De acordo com as investigações, as empresas envolvidas simulavam concorrência com outras pessoas jurídicas, que atuavam em parceria ou integravam um mesmo grupo econômico, para obter contratos públicos voltados a serviços de facilities, notadamente os de mão de obra para limpeza e postos de fiscalização e controle. Só nos últimos cinco anos, o grupo firmou contratos que chegam a R$ 200 milhões. 

Fisberg afirmou que a Munditia tinha 15 alvos de mandados de prisão cautelar, sendo que 13 deles já foram cumpridos, inclusive contra três vereadores de cidades do Alto Tietê e litoral. “Tivemos ainda 42 mandados de busca cumpridos, com a apreensão de quatro armas de fogo e grande número de munições, 22 celulares, 22 notebooks, R$ 3,5 milhões em cheques, cerca de R$ 600 mil em espécie e 8.700 dólares”, disse, acrescentando que as diligências prosseguem. 

Segundo Silveira, a operação revelou que existe uma sofisticação na atuação da organização criminosa, exigindo das autoridades uma maior articulação no trabalho conjunto. “Nosso grande objetivo no momento é a asfixia financeira para enfraquecer o crime”.

Já de acordo com Flavia, o favorecimento do grupo criminoso por parte dos envolvidos com a facção tem acontecido em três eixos: fraudes a licitações, corrupção com envolvimento de agentes públicos e lavagem de dinheiro. “As facções precisam dessa estrutura para ampliar sua atuação e fortalecer suas atividades ilícitas”, asseverou.

A Operação Munditia conta com o trabalho 27 promotores de Justiça, além de diversos servidores do MPSP e policiais militares. As investigações correm em segredo de Justiça. 

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