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Política & Poder

Advogado de André do Rap é preso em operação que mira empresas suspeitas de ligação com PCC

Inicialmente o Ministério Público afirmou que 14 pessoas haviam sido presas, mas posteriormente corrigiu a informação

Redação Jornal de Brasília

16/04/2024 16h24

Foto: Reprodução

ROGÉRIO PAGNAN E FRANCISCO LIMA NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O advogado Áureo Tupinambá de Oliveira Fausto Filho, um dos defensores do traficante internacional André de Oliveira Macedo, o André do Rap, foi preso na manhã desta terça-feira (16) em investigação que mira empresas suspeitas de fraudes em licitações no estado de São Paulo para beneficiar o PCC (Primeiro Comando da Capital.

Fausto Filho é um dos 13 presos temporariamente na operação realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Guarulhos, do MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo). Além do advogado de André do Rap, outros 12 suspeitos foram presos, entre eles, três vereadores de Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel e Cubatão. Dois seguem foragidos e são procurados pela polícia.

Inicialmente o Ministério Público afirmou que 14 pessoas haviam sido presas, mas posteriormente corrigiu a informação.

A Folha de S.Paulo não teve acesso à defesa de Fausto Filho até a publicação desta reportagem.
A investigação aponta que um grupo suspeito tem contratos vigentes que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos.

De acordo com a investigação, empresas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada em diversas prefeituras e Câmaras Municipais do estado. Os contratos sob investigação foram firmados nas cidades de Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba. Há suspeitas em outros municípios também.

As empresas forjavam competição e fraude em licitações de prefeituras e câmaras, para conseguir contratos de facilites, em especial, limpeza e postos de fiscalização nesses locais.

“E fazia isso seja com conluio entre as empresas, seja com corrupção de agentes públicos. Não bastasse isso, algumas dessas empresas têm vínculos, seja por serem associadas ou efetivamente os donos terem envolvimento com o Primeiro Comando da Capital, que acaba decidindo também a sorte de alguns contratos”, afirma o Gaeco.

De acordo com os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico.

“Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros etc.) e diversos outros delitos como fraudes documentais e lavagem de dinheiro. As empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Alguns deles atendiam a interesse do PCC, que tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações e reparte os valores ilicitamente auferidos”, afirmam.

Participam da operação 27 promotores, 22 servidores e 200 policiais militares.

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