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Política & Poder

‘Aqui tem gente que luta’: trabalhadores levam suas reivindicações à festa do 1º de Maio

Esta é a primeira vez que o evento ocorre fora da zona central da capital paulista. Sob um forte calor, trabalhadores falaram sobre o evento

Redação Jornal de Brasília

01/05/2024 18h24

Ato político unificado do Dia do Trabalhador, no Parque Madureira, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

LARA BARSI, LUCAS LEITE, MATHEUS DOS SANTOS E VICTÓRIA BATALHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Trabalhadores e sindicalistas se reuniram em ato do 1 de maio, nesta quarta-feira, no estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona lesta de São Paulo. O evento contou com a presença do presidente Lula (PT) e de ministros, incluindo o do Trabalho, Luiz Marinho (PT).

Esta é a primeira vez que o evento ocorre fora da zona central da capital paulista. Sob um forte calor, trabalhadores falaram sobre o evento e a importância da data.

Para o autônomo Erik Arligton Silva, 41, o Dia do Trabalho representa uma data comemorativa após um ano inteiro de serviço. Além disso, ele vê o trabalho como a base de tudo.

“Trabalho representa para mim a base da minha família e de tudo, porque sem ele a gente não tem estrutura. E a educação é a base do trabalho”.

Na sua primeira participação no evento, Erik apontou alguns problemas na organização, como falta de informação e ausência de abrigos contra o forte calor. Apesar dos contratempos, o evento trouxe uma opção de lazer para as crianças, segundo o autônomo, que veio acompanhado dos três filhos.

Além das placas e bandeiras de partidos e centrais sindicais, as pessoas presentes no evento carregavam suas próprias reivindicações. Um desses exemplos é o sindicalista e professor aposentado Márcio de Souza, 63, que levava uma placa em formato de seta com os dizeres “aqui tem gente que luta”.

De acordo com ele, os trabalhadores precisam se reunir para tentar reverter a reforma trabalhista, aprovada em 2017 no governo Temer. Conforme o professor, a nova lei “trouxe diversos prejuízos para todas as categorias profissionais”.

“É bom fazer festa, porque a gente sobreviveu a uma pandemia, mas é importante também juntar nossas forças para lutar. Mais do que festa, é dia de luta.”

A educadora socioeducativa Denise Cavalcanti, 35, lembra que a data é comemorativa, mas é importante também.

“O Dia do Trabalho é muito importante para toda a classe trabalhadora. A gente tem que ser visto e lembrado. Somos guerreiros. É luta, um dia de guerra”.

Com seu bebê no colo, Denise espera que sua filha possa escolher um bom futuro de trabalho. “Espero que meus filhos sejam alguém. Um doutor, um educador, um professor, um médico, o que eles quiserem.”

O estudante de geografia Jota, 18, afirma que a luta pelo trabalho continua necessária nos dias atuais. Ainda fora do mercado profissional, ele espera que os jovens tenham mais oportunidades.

“É importante que o mercado de trabalho se abra para aqueles que estão se inserindo e os que já fazem parte. E que valorize não só uma carreira ou outra, mas todas as carreiras, para se tornar atrativo a toda população. E que todos consigam ter sua renda, se sustentar e sobreviver”.

O bancário aposentado e militante do sindicato dos bancários desde 1981, Isaías Dias, 62, conta que o 1º de maio remete à luta enquanto trabalhador e pessoa com deficiência (PcD). Ele, que faz parte da Central Única dos Trabalhadores (CUT),

“Dia do trabalho representa a força do trabalhador para conquistar e manter os seus direitos. É a data que a gente expressa a nossa organização e a nossa vontade de lutar”.

O aposentado Paulo Elias, 66 anos, segue no mercado de trabalho e foi ao ato em Itaquera para festejar e, ao mesmo tempo, mandar o seu recado por mais direitos.

Segundo ele, o Dia do Trabalho representa muita luta, e o motivo de não desistir são seus netos.

“Trabalho desde 1971, participei de todas a greves do ABC. As coisas precisam melhorar, precisa abrir mais oportunidades para os jovens que estão vindo aí. Estamos perdendo muitos direitos trabalhistas.”

Com uma camiseta provocativa a respeito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Elias afirma que usá-la já lhe trouxe problemas, mas também trouxe alegria, por isso queria festejar.

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