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Opinião

O eleitor brasileiro e as urnas – A hora está chegando!

O que importa para o eleitor brasileiro quando ele vai às urnas? Independente de direita ou esquerda, todos temos algumas pautas em comum

Redação Jornal de Brasília

25/10/2022 16h58

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Silvina Ramal

Entramos na última semana das eleições para Presidente da República, e talvez você seja um dos que ainda não definiu totalmente seu voto. Me pergunto quais parâmetros usará para decidir.

O que realmente importa para o eleitor brasileiro quando ele vai às urnas? É provável que, independente de direita ou esquerda, todos tenhamos algumas pautas em comum.

Por exemplo, queremos prosperidade, que pode traduzir-se numa promoção no trabalho, um novo emprego, e no caso de empreendedores, um incremento de receita com a entrada de novos clientes. Você sabe qual é o caminho para chegar a isso? Acertou se disse crescimento econômico. A economia brasileira é muito forte, nosso PIB em 2021 chegou a 8,7 trilhões de reais. Esse é o total de riquezas que geramos no país, e é desse número que pode vir o potencial para nosso sucesso individual. Dou um exemplo. Imagine que a forte indústria brasileira de motores veja potencial de crescimento nas vendas. Ela precisará talvez abrir novas plantas, comprar maquinário, contratar consultoria e treinamento. Milhares de prestadores de serviços serão contratados, em ondas de oportunidades. Isso funciona para indústria de transformação, construção civil, agroindústria, qualquer setor produtivo. Quando há crescimento, investimentos, as oportunidades brotam, a renda aumenta, os empregos se multiplicam.

Tem outro detalhe importante: você investiria suas economias num banco que está muito endividado? Pois é, um país com economia frágil também não atrai investimentos de longo prazo. Só capital de especulação, que entra, faz seu ganho e vai embora deixando estragos atrás dele. Mesmo que ache maçante, preste atenção quando o candidato falar de Economia. Você certamente já ouviu o termo teto de gastos. Fique atento, é fundamental que o candidato respeite o teto de gastos. Furar esse teto significa gastar mais do que se pode ou do que foi estabelecido como limite. Nós sabemos em casa como é nocivo gastar mais do que se ganha. Mas os Governos são pressionados a gastar mais para manter sua popularidade, fazer projetos sociais e atender demandas de aliados. O problema é como pagar a conta.

Para gastar mais, o Governo tem que emitir mais dívida para se financiar, mas a conta já é excessivamente alta. Só em 2021, o Brasil pagou de juros 450 bilhões de reais para financiar a dívida. Se não aumentar a dívida, ele tem a opção de aumentar tributos, mas nós já pagamos hoje 33 reais de cada 100 que consumimos. Na verdade, seria melhor reduzir tributos, e não aumentar. Aliás, verifique em qual Governo houve redução ou aumento de tributos. A última opção é emitir mais moeda, valendo-se de ser o dono da impressora. O problema de emitir moeda é a resultante desvalorização da mesma e a inflação que se segue. Emitir moeda leva a fenômenos como o que vive a Argentina hoje, onde para pagar um jantar num restaurante é preciso ir com um tijolo de notas de mil pesos. Imagine como os salários já perderam poder de compra por lá, com uma inflação mensal de 7%.

Então já sabe. Se quiser emprego, crescimento, prosperidade, ignore ataques pessoais, propaganda, autoelogios. Verifique o que dizem os planos de governo dos candidatos com relação a carga tributária, teto de gastos, responsabilidade fiscal, incentivo ao setor privado. Isso, claro, se os dois candidatos apresentarem seu plano de Governo, o que seria uma demonstração de respeito ao eleitor. Se não houver plano de Governo protocolado, pesquise na internet o que eles falam com relação aos temas ou o que fizeram em seus Governos anteriores, que resultados obtiveram em termos econômicos.

No dia trinta de outubro, você não escolherá entre duas pessoas, qual lhe desperta mais simpatia ou com quem gostaria de ter amizade. Vença sua resistência a números, estatísticas, Economia. Você decidirá sobre seu bem-estar nos próximos quatro anos. Quatro anos de bonança, boa gestão, planejamento e prosperidade valem o esforço de pesquisa durante uma semana.

SILVINA RAMAL – Mestre em Administração de Empresas pela PUC RJ – Empreendedora – Pós graduada em comércio internacional pela UFRJ. Foi professora da PUC e da FGV durante 15 anos , em curso de graduação e pós – Autora de 11 livros sobre empreendedorismo e gestão – “Como Transformar seu Talento  em um Negócio de Sucesso” “Mulheres Líderes e Empreendedorass” e livros escritos para o Telecurso TEC da Fundação Roberto Marinho  sobre Gestao de Pequenos Negócios e Administração.

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