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Opinião

Doença cardiovascular mais prevenível, tromboembolismo venoso ainda acomete quase 300 mil brasileiros por ano

A trombose venosa profunda é a doença cardiovascular mais prevenível, mas pode causar muitos danos à saúde se for negligenciada. A formação de coágulos sanguíneos pode desencadear uma série de condições médicas potencialmente fatais. Entre estas ocorrências, destacam-se a trombose venosa profunda e embolia pulmonar.

Redação Jornal de Brasília

20/09/2023 14h27

Foto: Divulgação

Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) apontam que a trombose venosa afeta cerca de 300 mil pessoas por ano no Brasil, e muitos desses pacientes são internados por conta da enfermidade. Esta incidência é bastante alta para uma doença que pode ser evitada por meio de terapias muito acessíveis.

A trombose venosa profunda é a doença cardiovascular mais prevenível, mas pode causar muitos danos à saúde se for negligenciada. A formação de coágulos sanguíneos pode desencadear uma série de condições médicas potencialmente fatais. Entre estas ocorrências, destacam-se a trombose venosa profunda e embolia pulmonar.

As mortes causadas pela embolia pulmonar são evitáveis já que há tratamentos profiláticos bastante eficazes e, muitas vezes, o quadro de eventos trombóticos ocorrem durante longos períodos de internação hospitalar – onde há supervisão médica. O uso de biomedicamentos para prevenção e tratamento da doença tem se mostrado muito eficiente e seguro, trazendo perspectivas muito positivas tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde.

A enoxaparina sódica, fármaco do grupo de anticoagulantes, tem desempenhado um papel muito importante no combate ao tromboembolismo venoso e, por esse motivo, vêm sendo indicada para perfis de pessoas com predisposição à doença para inibir a formação de trombos. Quem vai passar por cirurgia, tem histórico da enfermidade, utiliza válvula cardíaca ou tem arritmia cardíaca são muito beneficiados com o uso de anticoagulantes.

A variação hormonal pode ser outro determinante. Então a indicação de enoxaparina sódica como tratamento profilático para mulheres grávidas ou que tomam pílula anticoncepcional e têm fatores de risco, como obesidade, ajuda a diminuir drasticamente as chances de desenvolver coágulos sanguíneos.

A avaliação médica criteriosa é indispensável para o especialista checar a propensão e indicar terapias assertivas que possam evitar a formação de coágulos sanguíneos ou a ocorrência de novos episódios de trombos.

Em relação às pessoas já diagnosticadas com a enfermidade, o tratamento assertivo pode mitigar os riscos de complicações e evitar a formação de novos trombos. Devo ressaltar também a importância do estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, hidratação adequada e prática de atividades físicas, para ajudar no processo de manutenção da saúde.

Com a prevenção ou tratamento correto, as chances de evolução da trombose venosa são extraordinariamente reduzidas. Com isso, há um impacto no sistema de saúde também. Os benefícios associam-se à redução de custos com complicações, menos hospitalização e maior giro de leitos para atender pessoas com outras doenças graves ou que passam por cirurgias. A economia gerada ajuda a manter o equilíbrio financeiro e a viabilizar a alocação de recursos para a incorporação de novas tecnologias no âmbito assistencial.

O acesso à informação também tem um papel muito importante na prevenção da trombose venosa. O conhecimento ajuda a identificar fatores de risco ou sintomas, estimula a busca por um especialista médico e favorece o diagnóstico precoce, otimizando os resultados preventivos ou terapêuticos.

Levar em consideração que fatores, como predisposição genética, idade mais avançada, câncer, hospitalização prolongada, obesidade, uso de anticoncepcionais, consumo de álcool, fumo, falta de movimentação, aumentam o risco de desenvolver tromboembolismo venoso é o primeiro passo para adotar medidas cotidianas que possam reduzir as chances de desenvolvimento da doença.

Outra contribuição é da avaliação médica criteriosa para indicação de terapias que possam evitar a formação de coágulos sanguíneos ou a ocorrência de novos episódios de trombos.

Amplificar a conscientização sobre a doença e as medidas de prevenção baseadas em evidências científicas, bem como implementar estratégias para assegurar as ações de prevenção, detecção e tratamento são o caminho mais promissor para combater a trombose venosa.

Eduardo Ramacciotti, professor da Loyola University Chicago (EUA) e chefe do departamento de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital e Maternidade Dr. Cristóvão da Gama, do Grupo Dasa

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