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Mundo

Zelenski convida Lula para visitar a Ucrânia em conversa por vídeo

De acordo com auxiliares palacianos, o chefe do Executivo teria sinalizado que aceitaria o convite em momento oportuno

FolhaPress

02/03/2023 17h27

Foto: Sergio Lima/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou na tarde desta quinta (2) com o líder ucraniano, Volodimir Zelenski, e recebeu convite para visitar o país do leste europeu.

A conversa ocorreu às 15h, por vídeo, no Palácio do Planalto. De acordo com auxiliares palacianos, o chefe do Executivo teria sinalizado que aceitaria o convite em momento oportuno.

Trata-se do primeiro diálogo entre o petista e o chefe do país invadido há mais de um ano pela Rússia. Na ligação, Lula mostrou disposição em intermediar negociações em busca da paz no Leste Europeu.

“Tive uma reunião por vídeo agora com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém”, escreveu Lula no Twitter.

O Brasil não quer ter qualquer participação no conflito, mesmo que indireta, e até agora negou o envio de munições à Ucrânia, em contraste com boa parte do Ocidente. Para Lula, os esforços internacionais até o momento foram infrutíferos para dar fim à guerra, que completou um ano no último dia 24.

No final de janeiro, o petista defendeu a criação de um grupo de países para negociar o fim do conflito. “Temos que criar outro organismo, da mesma forma que criamos o G20 quando ocorreu a crise [econômica] de 2008”, disse Lula em entrevista coletiva na época.

A iniciativa brasileira é semelhante à apresentada em 2010, para intermediar a crise entre Irã e Estados Unidos, sobre o enriquecimento de material nuclear pelo país persa. O acordo nuclear negociado por Brasil e Turquia depois naufragou, quando os americanos o abandonaram e impuseram novas sanções.

Na semana passada, o Brasil apoiou uma resolução aprovada pela Assembleia-Geral da ONU que condena as “nefastas consequências humanitárias” da invasão da Ucrânia pela Rússia, exige a retirada das tropas de Moscou do país no Leste Europeu e se compromete com a promoção da paz na região.

Em nota, o embaixador Ronaldo Costa Filho, representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, afirmou que o país votou a favor da resolução “devido à necessidade urgente de a Assembleia-Geral reafirmar seu compromisso inabalável de defender os princípios fundamentais da Carta da ONU e do direito internacional, ao mesmo tempo em que ressalta a necessidade de alcançar a paz”.

Antes dessa votação, o Brasil havia apoiado duas resoluções contra a Rússia no ano passado -uma que condenava a anexação de porções do território da Ucrânia e outra que condenava a invasão. Porém, um texto votado em novembro passado, que reconhecia a Rússia como responsável pela reparação da Ucrânia, não foi apoiado pelo Brasil.

O governo brasileiro também pretende manter um diálogo com as autoridades russas. O governo do presidente Putin afirmou entender as posições brasileiras adotadas recentemente, em relação ao conflito.

Essa foi a sinalização dada pelo chanceler russo Serguei Lavrov ao brasileiro Mauro Vieira, durante encontro entre os dois, às margens da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, o grupo das 20 economias mais desenvolvidas do mundo, em Nova Déli, na Índia.

Lavrov confirmou que deverá vir ao Brasil em abril.
A guerra entre Rússia e Ucrânia completou um ano na sexta-feira (24), em meio a um impasse estratégico que não permite prever o seu término. Os russos lançaram seus primeiros mísseis e avançaram com tanques no território ucraniano, contando com que o conflito seria resolvido em poucos dias.

No entanto, a resistência das tropas da Ucrânia e cálculos estratégicos russos deixaram atrapalharam os planos de uma guerra rápida. A situação ainda tornou-se mais difícil para o presidente Vladimir Putin com o auxílio da Europa e Estados Unidos ucraniano, com mísseis e o envio de tanques de combate — no caso da Alemanha.

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