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Uma rainha e 14 presidentes: a relação especial de Elizabeth II com os EUA

Entre Harry Truman e Joe Biden, os Estados Unidos tiveram 14 presidentes. Ela conheceu todos, exceto Lyndon B. Johnson

FolhaPress

09/09/2022 18h23

Foto: Saul LOEB / AFP

Elizabeth II teceu por meio dos presidentes americanos uma relação especial com os Estados Unidos. 

Seu primeiro encontro oficial com um presidente americano remonta a 1951 e foi imortalizado em preto e branco: a princesa Elizabeth acenando na traseira de um conversível, junto a um Harry Truman encantado. Em sua frase para a ex-colônia britânica, ela mostra sua habilidade como estadista: “Em todas as partes, os homens livres olham para os Estados Unidos com carinho e esperança”.

Entre Harry Truman e Joe Biden, os Estados Unidos tiveram 14 presidentes. Ela conheceu todos, exceto Lyndon B. Johnson.

Elizabeth II, cujo reinado defendeu a afirmação da superpotência americana, aplicou o mesmo tratamento a todos os seus interlocutores em Washington, uma mistura de distanciamento formal e familiaridade habilmente elaborada. 

Houve banquetes na Casa Branca ou chás imperdíveis em um ou outro palácio da rainha. Elizabeth II posou com roupa de gala junto aos Kennedy e dançou com Gerald Ford em um jantar oficial que coincidiu com o bicentenário da independência americana, em 1976.

Tacos e scones

Enquanto satisfazia a avidez da imprensa americana pela etiqueta e pompa reais, a rainha se ocupava de nutri-la com trocas menos formais, como quando andou a cavalo em 1982 ao redor do Castelo de Windsor com Ronald Reagan. O ex-ator de faroeste lhe retribuiu o favor em 1983, convidando-a para compartilhar tacos e guacamole em seu rancho na Califórnia.

Convidada por George Bush para uma partida de beisebol em 1991, ela apertou a mão de todos os jogadores. Segundo um despacho da agência UPI, a soberana evitou cachorros-quentes, mas bebeu um martini.

Também foi encontrada nos arquivos nacionais dos Estados Unidos uma carta manuscrita de 1960 na qual ela confiava a Dwight Eisenhower sua receita de “scones”, que o presidente havia degustado na residência real escocesa em Balmoral.

Posteriormente, alguns presidentes americanos diriam que sentiam um afeto quase de filho pela soberana. “Não acredito que ela tenha achado ofensivo, mas me lembrou minha mãe”, comentou Joe Biden sobre seu encontro de junho de 2021 com a soberano.

Em 1982, um jovem senador Joe Biden que se preparava para o primeiro encontro com a rainha recebeu essa recomendação de sua mãe, descendente orgulhosa de uma família irlandesa: “Não se curve a ela”, “Não se atreva a se curvar para ela.”

Avó

Donald Trump disse ao “Daily Mail” que enquanto tomava chá em 2018 no Castelo de Windsor com a mulher, Melania, pensou em sua mãe: “Ela era uma grande admiradora da rainha”. Já Barack Obama comentou que Elizabeth II o lembrava de sua avó. “Ela significou muito para nós”, disseram os Obama após a morte da rainha britânica.

Os cinco ex-presidentes americanos que estão vivos prestaram uma homenagem a Elizabeth II. Tanto Jimmy Carter quanto Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump usam os conceitos de “elegância”, “senso de dever”, “bondade” e “humor” para evocar a falecida soberana. 

Biden ordenou que a bandeira americana fosse arriada até o funeral, inclusive na Casa Branca, incendiada em 1814 por tropas britânicas. Em seu longo comunicado, o presidente americano resumiu um sentimento predominante em todo o mundo, particularmente em seu país: “Sua Majestade, a rainha Elizabeth II, foi mais do que uma monarca. Encarnou uma era.”

Agence France-Presse

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