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Ucrânia diz à China que não aceita trocar território por fim da guerra

Ele chegou à capital ucraniana nesta terça (16) com a missão de buscar uma solução política para o conflito iniciado há 14 meses

FolhaPress

18/05/2023 0h06

Foto: RONALDO SCHEMIDT/AFP

A Ucrânia descartou nesta quarta-feira (17) qualquer negociação de paz com a Rússia em troca de territórios. O posicionamento foi reiterado durante encontro entre líderes do governo com representantes de uma delegação chinesa enviada a Kiev para tentar mediar o conflito no Leste Europeu.

A delegação da China foi chefiada por Li Hui, representante especial para Assuntos Eurasiáticos e ex-embaixador do país asiático em Moscou. Ele chegou à capital ucraniana nesta terça (16) com a missão de buscar uma solução política para o conflito iniciado há 14 meses.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores ucraniano informou que o chanceler Dmitro Kuleba expôs aos chineses “os princípios para o restabelecimento de uma paz duradoura e justa, fundada no respeito à soberania e à integridade territorial” do país invadido.

Segundo o comunicado, a Ucrânia não aceitará nenhuma proposta que “implique a perda de seus territórios” ou o congelamento de posições que permita às tropas russas permanecerem no leste do país.

No mês passado, o líder chinês, Xi Jinping, conversou por telefone com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pela primeira vez desde o início da guerra, em iniciativa que teria partido de Kiev. Após a ligação, o regime chinês se comprometeu a enviar uma delegação para “comunicações de caráter aprofundado com todas as partes, sobre a solução política da crise” no Leste Europeu.

O chanceler ucraniano Kuleba destacou o papel importante da China na busca pela paz, mas enfatizou que a Ucrânia só negociará quando recuperar todos os territórios ocupados pela Rússia, inclusive a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

A China jamais condenou publicamente a invasão russa e, quando a guerra completou um ano, apresentou um plano genérico para a paz, que é visto com ceticismo pelos aliados da Ucrânia no Ocidente. Após reunir-se com Putin em março, o líder chinês Xi Jinping afirmou que os dois países fortaleceram uma aliança estratégica que inaugurava uma nova era nas relações bilaterais.

Nos próximos dias, Li Hui deve visitar a Rússia, Polônia, Alemanha e França. Já Zelenski realizou um giro pela Europa Ocidental no qual obteve promessas de novas entregas de armas e equipamentos que incluem mísseis antiaéreos, drones de ataque e blindados leves. A Ucrânia prepara uma contraofensiva para recuperar territórios ocupados no leste do país.

Em tom de ameaça, o Kremlin disse nesta quarta ser “possível ver que o fluxo de armas e munições para a Ucrânia está aumentando e que o nível de armas táticas e técnicas fornecidas também está crescendo”.

Em abril, Kiev recebeu as primeiras entregas do sistema de defesa antiaérea Patriot, fabricado nos Estados Unidos. Segundo um funcionário do Pentágono à agência de notícias AFP, um desses sistemas foi danificado por um míssil russo, mas continua operacional.

No front, a Ucrânia reivindicou avanços territoriais nos arredores de Bakhmut, atual epicentro do conflito.

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