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Petróleo salta à espera de decisão dos EUA sobre Rússia; Petrobras tem alta

Às 12h25, o barril do Brent, tipo mais negociado e referência mundial para o valor da matéria-prima, subia 6,55%, cotado a US$ 131,28 (R$ 663,77).

FolhaPress

08/03/2022 13h16

Clayton Castelani

Os Estados Unidos podem impor nesta terça-feira (8) a proibição de importação de petróleo produzido na Rússia. Expectativas sobre o anúncio da medida pelo presidente Joe Biden, ainda nesta tarde, provocam um novo salto no preço do petróleo.

Às 12h25, o barril do Brent, tipo mais negociado e referência mundial para o valor da matéria-prima, subia 6,55%, cotado a US$ 131,28 (R$ 663,77).

Nesta segunda, a commodity fechou valendo US$ 123,10 (R$ 626,54). No domingo (6) à noite, havia encostado nos US$ 140 (R$ 708), próximo do recorde de quase US$ 148 (R$ 748) de julho de 2008.

Ainda nesta segunda, o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, afirmou em um comunicado em vídeo transmitido pela televisão estatal que os preços do petróleo podem subir para mais de US$ 300 (R$ 1.517) por barril se os Estados Unidos e a União Europeia proibirem as importações de petróleo da Rússia.

A tensão envolvendo os preços do petróleo provoca oscilações nos mercados de ações. No Brasil, a o índice de referência da Bolsa de Valores subia 0,05%, a 11.654 pontos. O Ibovespa ensaia uma recuperação após ter tombado 2,52% na véspera.

Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e Nasdaq cediam 0,48% e 0,91%. O índice de referência S&P 500 abandonava sinais de recuperação e passava a cair 0,04%.

Na Europa, as Bolsas de Londres, Paris e Frankfurt subiam 0,33%, 0,49% e 0,37%, respectivamente. Já os principais mercados da Ásia fecharam em queda. Tóquio recuou 1,71%. Hong Kong perdeu 1,39%. Xangai tombou 2,01%.

No mercado de câmbio do Brasil, a aversão ao risco levava a uma leve valorização do dólar, que subia 0,13%, a R$ 5,0860.

Ações da Petrobras recuperam parte da queda provocada por fala de Bolsonaro

A disparada do preço do petróleo no mercado internacional provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia reavivou preocupações de investidores sobre o debate político quanto à paridade internacional de preços da Petrobras.

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter criticado o sistema que equipara o valor dos combustíveis no Brasil à flutuação da cotação da matéria-prima e do dólar, as ações preferenciais (que não dão direito a voto, mas têm preferência no recebimento de dividendos) da companhia perderam 7,10% nesta segunda. Os papéis ordinários (com direito a voto) desabaram 7,65%. Com isso, a Petrobras perdeu R$ 34,7 bilhões em valor de mercado.

Nesta terça-feira, os papéis preferenciais da companhia, que são os mais negociados, subiam 2,96%, recuperando parte das perdas da véspera.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, diz que há algum espaço para a recuperação dos ativos de risco, sobretudo na Europa, devido à notícia de que a União Europeia pretende realizar uma venda conjunta de títulos públicos para investimentos em energia e defesa.

Ele também avalia que a proibição da importação de petróleo russo pelos Estados Unidos, provocando valorização generalizadas das commodities, explica a abertura em alta do Ibovespa, mas um “possível revés ao longo do dia, conforme saiam novas notícias no front geopolítico”, não deve ser descartado.

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