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Peregrinos rezam no Monte Arafat sob calor intenso para o grande momento do hajj

Grupos de fiéis recitaram versos do Alcorão no monte, onde se acredita que o profeta Maomé pronunciou o seu último sermão

Redação Jornal de Brasília

27/06/2023 7h10

Centenas de milhares de fiéis lotaram nesta terça-feira (27) o Monte Arafat da Arábia Saudita, no momento culminante do hajj – a grande peregrinação anual dos muçulmanos -, sob um calor intenso.

Durante o amanhecer, grupos de fiéis recitaram versos do Alcorão no monte, onde se acredita que o profeta Maomé pronunciou o seu último sermão.

O ritual é o ponto máximo da peregrinação anual, um dos cinco pilares do islã. As autoridades sauditas acreditam que o evento deste ano pode ser o maior em números, após três anos de restrições provocadas pela pandemia de covid-19.

As autoridades esperavam mais de de 2,5 milhões de peregrinos para o hajj, um dos maiores eventos religiosos do mundo e fonte de legitimidade para os governantes sauditas.

A temperatura atingiu 46ºC na segunda-feira, quando fiéis em túnicas e protegidos por guarda-chuvas caminharam de Meca até Mina, onde passaram a noite em barracas antes dos rituais no Monte Arafat.

A acadêmica egípcia Tasneem Gamal afirmou que ficou impressionada ao chegar a Arafat, cujos rituais são parte obrigatória da peregrinação.

“Não consigo descrever meus sentimentos, estou vivendo uma grande alegria”, declarou a pesquisadora de 35 anos.

Gamal cumpre o hajj sem um acompanhante masculino, como era exigido até 2021, quando a medida foi abolida pelas autoridades sauditas.

Este ano, o limite de idade também foi eliminado, o que possibilita a participação de milhares de idosos.

A terça-feira inclui o maior desafia físico da peregrinação, quando os peregrinos devem passar horas orando e recitando o Alcorão no Monte Arafat e seus arredores sob um forte calor – poucos locais na área têm ar condicionado.

“Abençoado”

As vias de acesso estão lotadas de fiéis, ao mesmo tempo que milhares de trabalhadores da área da saúde estão a postos para atender casos de insolação e exaustão

O risco de calor é maior nas três horas a partir do meio-dia, período em que a Arábia Saudita proíbe o trabalho ao ar livre entre junho e setembro para proteger a população.

Após o pôr do sol, os peregrinos percorrem uma curta distância entre Arafat e Mina para dormir a céu aberto.

Na quarta-feira, os fiéis devem recolher pedras que serão atiradas contra os três grandes muros de concreto, no tradicional “apedrejamento do diabo”.

A última escala acontece no retorno à Grande Mesquita de Meca, onde os peregrinos farão a volta final ao redor da Kaaba, o gigantesco cubo preto na direção do qual os muçulmanos de todo o mundo rezam todos os dias.

O hajj registrou muitas crises nas últimas décadas, incluindo ataques de militantes e incêndios fatais.

Um tumulto em 2015 provocou 2.300 mortos, mas desde então não aconteceram grandes incidentes.

Antes de seguir para o Monte Arafat, o engenheiro americano Ahmed Ahmadine se declarou “abençoado” por participar na peregrinação.

“Eu tento me concentrar em orar por minha família e meus amigos”, disse o homem de 37 anos. “Esta é uma oportunidade que não se repetirá”.

© Agence France-Presse

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