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Paraguai lamenta ‘falta de consenso’ para resolver disputa com Argentina

O Paraguai opõe-se à cobrança de uma tarifa de 1,47 dólares (R$ 7,41) por tonelada de mercadorias que passam por território argentino

Redação Jornal de Brasília

28/09/2023 22h14

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, lamentou, nesta quinta-feira (28), a falta de consenso com a Argentina pelo uso da hidrovia Paraguai-Paraná e pediu que se busque mecanismos “legais e civilizados” para resolver as diferenças.

“O conflito não é entre Paraguai e Argentina, o conflito é entre a Argentina e o tratado, porque a Argentina apresenta agora algo diferente do que estabelece o tratado em que Paraguai, Brasil, Uruguai e Bolívia entendemos que o tratado diz que qualquer tipo de cobrança tem que ser feita em consenso entre os cinco países, e não de maneira unilateral”, declarou o chefe de Estado paraguaio em entrevista coletiva.

Peña foi questionado sobre as declarações do chanceler argentino, Santiago Cafiero, que negou que seu país esteja descumprindo tratados internacionais ao cobrar pedágio em um trecho argentino da hidrovia.

O Paraguai opõe-se à cobrança de uma tarifa de 1,47 dólares (R$ 7,41) por tonelada de mercadorias que passam por território argentino, imposta pelo governo de Alberto Fernández a partir de agosto.

A tarifa afeta 80% das embarcações do Paraguai, que não tem saída para o mar e abriga a terceira frota mais importante de barcos de água doce depois de China e Estados Unidos.

Peña disse que o tratado da hidrovia, firmado por Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai, “está acima das leis”.

“Infelizmente, até agora não se chegou a um consenso, por isso, como o Brasil exerce agora a presidência do bloco [Mercosul], lhe corresponde fazer o chamado a nível de chanceleres, já que, a nível técnico, não se chega a um consenso”, afirmou o presidente paraguaio.

“Insisto: os países têm o direito de pensar diferente e ter opiniões próprias, e quando há divergência, seja pela hidrovia ou a nível do Mercosul, ou qualquer outro âmbito multilateral, temos que encontrar os mecanismos legais e civilizados para resolver essas diferenças”, ressaltou.

© Agence France-Presse

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