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Mundo

Papa Francisco tem cirurgia de três horas no intestino para evitar obstrução

A operação ocorreu no Hospital Policlínico Universitário Agostino Gemelli, o maior da capital italiana

Redação Jornal de Brasília

07/06/2023 22h16

Foto: AFP

O papa Francisco, de 86 anos, foi operado ontem em caráter de emergência e sob anestesia geral, em Roma, devido ao risco de obstrução intestinal, anunciou o Vaticano. Segundo a Santa Sé, a cirurgia ocorreu sem complicações e durou três horas. A intervenção cirúrgica foi “necessária” por causa do agravamento dos sintomas apresentados pelo pontífice e exigirá “vários dias” de hospitalização, informou a Santa Sé.

A cirurgia a que o papa foi submetido “tornou-se necessária devido a uma laparocele (hérnia que se forma sobre uma cicatriz)”, de acordo com nota divulgada pela Santa Sé. O problema “causava síndromes suboclusivas recorrentes, dolorosas e agravadas”. A Prefeitura da Casa Pontifícia, que administra sua agenda, cancelou todas as atividades do papa até o próximo dia 18.

A operação ocorreu no Hospital Policlínico Universitário Agostino Gemelli, o maior da capital italiana. Segundo Sergio Alfieri, médico do Gemelli responsável pelo procedimento, o papa está “bem, consciente” e “até fez piada”.

MAIS LONGA QUE O NORMAL

Segundo especialistas, a operação se estendeu bem mais do que o habitual – costuma durar entre 60 e 90 minutos. O fato de passar mais tempo anestesiado e com respirador poderia levar a uma reabilitação mais longa. Somado a isso, o pontífice perdeu um pulmão na juventude.

“A patologia pela qual foi operado é benigna, deverá fazer um pós-operatório, mas, uma vez que tenha alta, não haverá preocupação”, disse Alfieri, que é o mesmo cirurgião que operou o intestino do papa em 2021. Naquela época, foram extirpados 33 centímetros do intestino do pontífice. Segundo o médico, o papa não tem outras enfermidades.

A Agência Vatican News noticiou que Francisco já havia realizado alguns exames clínicos na manhã de terça-feira, 6, no Agostino Gemelli. O check-up durou menos de uma hora e, antes do meio-dia, Francisco já havia retornado à sua residência em Santa Marta.

Na manhã de ontem, o papa realizou sua audiência geral habitual, na qual venerou as relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus, santa da qual ele é particularmente devoto, colocando uma rosa branca diante da urna. No final da audiência, ele parou, como de costume, para cumprimentar os fiéis e os recém-casados, deixando a praça pouco antes das 11h.

OUTRAS INTERVENÇÕES

Em 29 de março, o papa passou três dias internado no Hospital Agostino Gemelli. Na ocasião, ele teve alta no dia 1.º de abril. Inicialmente, o Vaticano disse que o papa havia feito exames agendados, mas Francisco revelou mais tarde que sentiu dores no peito e foi levado às pressas para o hospital, onde foi diagnosticado com bronquite infecciosa. Ele recebeu tratamento antibiótico. Na saída do hospital, brincou com os jornalistas: “Ainda estou vivo, não tive medo”.

Em 2021, ele foi submetido a cirurgia devido a uma diverticulite, inflamação na parede do intestino grosso comum em pessoas acima de 50 anos. Na época, Francisco reconheceu que a intervenção deixou sequelas devido à anestesia, razão pela qual desistiu de uma cirurgia no joelho.

Segundo especialistas no aparelho digestivo, o objetivo desse tipo de cirurgia é reduzir problemas causados pelos divertículos, que são pequenas hérnias na parede do cólon com amplo espectro de manifestações clínicas, incluindo hemorragia, inflamações (diverticulites) e as complicações associadas.

O papa argentino teve parte de um pulmão removida quando era jovem, em razão de infecção causada por uma doença respiratória. Ele também sofre de dor no nervo ciático e usa cadeira de rodas e andador há mais de um ano devido a ligamentos tensos no joelho

AGENDA DE VIAGENS

Apesar das limitações de saúde, o líder da Igreja Católica mantém uma agenda de viagens. Entre 2 e 6 de agosto, nas celebrações da Jornada Mundial da Juventude, é prevista uma viagem a Lisboa e a Fátima, em Portugal. Já entre 31 de agosto e 4 de setembro, Francisco planeja visitar a Mongólia, país asiático onde existem apenas 1,5 mil fiéis católicos.

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