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Ocidente fabricará mais armas à medida que Ucrânia esgota seus estoques

Na sexta-feira, o chefe de compras de armas do Pentágono, Bill LaPlante, afirmou que a reunião acontecerá em 28 de setembro em Bruxelas

Redação Jornal de Brasília

12/09/2022 16h01

Foto: AFP

Os governos ocidentais estão mobilizando seus fabricantes de armas para aumentar a produção e reabastecer os estoques, cujos suprimentos para a Ucrânia diminuíram após seis meses de luta contra a invasão russa.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, anunciou esta semana uma reunião de diretores nacionais de armamentos de países aliados, para fazer planos de longo prazo para abastecer a Ucrânia e reabastecer suas próprias reservas.

“Discutirão como nossas bases industriais de defesa podem equipar melhor as forças da Ucrânia no futuro com as capacidades de que precisam”, disse em uma reunião do Grupo de Contato da Ucrânia na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha.

Na sexta-feira, o chefe de compras de armas do Pentágono, Bill LaPlante, afirmou que a reunião acontecerá em 28 de setembro em Bruxelas.

O objetivo é determinar “como podemos continuar trabalhando juntos para aumentar a produção de recursos-chave e resolver problemas na cadeia de suprimentos, bem como aumentar a operabilidade e trocas de nossos sistemas”, apontou LaPlante a repórteres no Pentágono.

Bilhões por armas

Os países da Otan não têm todos os mesmos sistemas de armas, mas suas armas são compatíveis. Assim, a fabricação de munição em um país da aliança atlântica pode ser utilizada por outro.

No início da guerra, o exército ucraniano usava a maioria das armas e munições compatíveis com os padrões russos.

No entanto, em questão de poucos meses se esgotaram – especialmente em sistemas cruciais de mísseis e artilharia – e passou a depender dos padrões da Otan e dos países ocidentais aliados.

Essa manobra, porém, esgotou uma grande quantidade de munição que os aliados mantinham para sua própria defesa. Agora, reabastecer esses suprimentos é crucial.

Em julho, a União Europeia anunciou 500 milhões de euros para compras conjuntas nos próximos dois anos para substituir as armas entregues a Kiev.

A prioridade é sistemas de mísseis antiaéreos e antiblindagem e munições e peças de artilharia de 155 mm.

Os países da União Europeia “esgotaram seus próprios estoques de munição, artilharia leve e pesada, sistemas antitanque e antiaéreo e até veículos blindados e tanques”, disse Thierry Breton, comissário europeu na época. “Isso criou uma vulnerabilidade de fato que agora precisa ser urgentemente abordada”, alertou.

Os Estados Unidos, principal fornecedor de equipamento de defesa da Ucrânia desde o início da guerra, prometeram US$ 15,2 bilhões em armas, incluindo mísseis antitanque Javelin e artilharia e munição compatíveis com a Otan.

Impulsionar a produção

O Pentágono forneceu cerca de 800.000 projéteis de artilharia de 155 mm para a Ucrânia, enquanto os Estados Unidos têm apenas uma fábrica que os monta, a fábrica da General Dynamics em Scranton, Pensilvânia, que produz cerca de 14.000 projéteis por mês. “Temos planos de aumentar mais de 36.000 por mês em cerca de três anos”, disse LaPlante.

No entanto, isso ainda seria metade do que Washington entregou aos ucranianos em menos de seis meses.

O Pentágono quer que o aumento de produção dos aliados seja coordenado para ajudar a reabastecer os estoques.

Para isso, os militares dos EUA anunciaram recentemente uma série de contratos com fabricantes de armas dentro e fora dos Estados Unidos.

Essa estratégia inclui US$ 364 milhões para projéteis de artilharia de 155 mm de vários fabricantes, US$ 624 milhões para mísseis antiaéreos Stinger, US$ 324 milhões para mísseis antitanque Javelin e muitos outros milhões para outros sistemas de defesa, munição e suprimentos.

Dave Butler, porta-voz do Estado-Maior Conjunto do Pentágono, observou que a decisão é guiada, mas não especificamente determinada, pelas capacidades de fabricação dos EUA. “A necessidade da Ucrânia de ter uma certa arma é o principal fator”, acrescentou.

© Agence France-Presse

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