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Mundo

Nasa adia novamente lançamento de foguete lunar sem nova data

O período de lançamento que termina na terça-feira “não está sendo considerado”, afirmou Jim Free, administrador associado

Redação Jornal de Brasília

04/09/2022 9h28

Foto: Nasa

O lançamento do novo foguete lunar da Nasa foi cancelado de última hora neste sábado (3), pela segunda vez em uma semana, sem nova data de partida prevista, atrasando o início do programa Artemis para levar os americanos à Lua novamente.

Depois da tentativa frustrada devido a um vazamento de combustível, a Nasa não voltará a tentar lançar seu novo foguete – que não tem tripulação – nos próximos dias, explicou um funcionário da agência norte-americana.

O período de lançamento que termina na terça-feira “não está sendo considerado”, afirmou em coletiva de imprensa Jim Free, administrador associado da Nasa.

Cinquenta anos depois da última missão Apollo, esta missão de teste sem tripulação a bordo é a primeira etapa do programa Artemis, que visa estabelecer uma presença humana duradoura na Lua, e depois permitir que ela seja usada como trampolim para Marte.

O lançamento foi inicialmente programado para as 14h17, horário local (15h17 no horário de Brasília), com uma janela de disparo de duas horas.

Porém, depois de mais de três horas tentando resolver um vazamento de combustível durante o enchimento dos tanques, a operação foi suspensa.

Pouco depois das 11h00 locais (12h00 em Brasília), a diretora de lançamento, Charlie Blackwell-Thompson, tomou a decisão final de cancelar a decolagem do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

“O cancelamento é absolutamente a decisão correta”, disse aos jornalistas o astronauta Victor Glover, presente no local. Com a repetição destes testes, que permitem conhecer melhor este novo veículo, “a confiança das pessoas deve aumentar, e não diminuir”, opinou.

Hidrogênio inflamável

O foguete SLS laranja e branco está em desenvolvimento há mais de uma década, com o objetivo de se tornar o mais potente do mundo.

Pouco antes das 6h da manhã (horário local), Charlie Blackwell-Thompson deu o sinal verde para iniciar o abastecimento dos tanques do foguete com seu combustível criogênico: no total, cerca de três milhões litros de hidrogênio e oxigênio líquidos ultrafrios.

No entanto, por volta das 07h15, foi detectado um vazamento na base do foguete, na tubulação por onde o hidrogênio líquido altamente inflamável flui para o tanque. O problema não pôde ser resolvido.

Na segunda-feira passada, uma primeira tentativa também foi abortada de última hora por problemas técnicos, entre eles um vazamento semelhante ao deste sábado, que foi consertado.

Seis semanas no espaço

O Artemis 1 deve permitir verificar se a cápsula Orion, localizada no topo do foguete, possui as condições de segurança necessárias para transportar astronautas no futuro.

Graças a esta nova espaçonave, a Nasa espera relançar a exploração humana distante. A Lua está mil vezes mais distante da Terra do que a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

Espera-se que a viagem dure, no total, cerca de seis semanas.

A Orion se aventurará até 64.000 quilômetros atrás da Lua, mais longe do que qualquer outra espaçonave habitável já foi até hoje. O principal objetivo da missão Artemis 1 é testar o escudo térmico da cápsula, o maior já construído.

Em seu retorno à atmosfera terrestre, terá que suportar uma velocidade de 40.000 km/h e uma temperatura equivalente à metade da registrada na superfície do sol. A nave deve percorrer cerca de 2,1 milhões de quilômetros antes de cair no Oceano Pacífico.

A Nasa originalmente contava que o lançamento do SLS ocorreria em 2017 e terá investido daqui até 2025 mais de 90 bilhões de dólares em seu novo programa lunar, segundo o estabelecido por uma auditoria pública.

© Agence France-Presse

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