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Musk defende Twitter como espaço de debates ‘saudáveis’ na internet

Musk ainda não concluiu oficialmente a compra do Twitter, mas vários sinais mostram que a operação está em andamento e que a saga que já dura várias meses deve chegar ao fim

Redação Jornal de Brasília

27/10/2022 14h48

Foto: AFP

Elon Musk afirmou nesta quinta-feira (27) que está comprando o Twitter porque é “importante para o futuro da civilização ter uma praça pública online onde uma ampla variedade de opiniões possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência”. 

“Dito isso, o Twitter obviamente não pode ser um lugar infernal aberto a todos, onde se pode dizer tudo sem consequências”, considerou o magnata em uma mensagem enviada a anunciantes, um dia antes da data limite para a operação de compra, determinada pela Justiça.

Musk ainda não concluiu oficialmente a compra do Twitter, mas vários sinais mostram que a operação está em andamento e que a saga que já dura várias meses deve chegar ao fim. 

O fundador da Tesla e da SpaceX visitou na quarta-feira a sede da empresa e em seu perfil no Twitter, rede onde é usuário assíduo, apresenta-se agora como “Chief Twit”, uma ironia já que “twit” significa “imbecil” em inglês.

Segundo o The Wall Street Journal, os bancos que vão financiar a operação já começaram a liberar o dinheiro. 

Além disso, a Bolsa de Valores de Nova York, onde o Twitter está listado, indicou que a ação da plataforma seria suspensa de negociações na sexta-feira antes da abertura da sessão.

Musk garante aos anunciantes que não procura “ganhar dinheiro” com essa compra, mas sim “tentar ajudar a humanidade”. 

“Além de respeitar as leis, nossa plataforma deve ser acolhedora para todos”, disse. 

Em termos comerciais, Musk sustenta que é essencial que a empresa exiba anúncios que correspondam às “necessidades” dos internautas.

Twitter e Musk assinaram um contrato no final de abril para o milionário assumir o controle da rede. Mas então, unilateralmente, o magnata quis abandonar o acordo em julho. 

Musk bombardeou o Twitter com críticas antes e depois da assinatura do acordo, acusando a rede, em particular, de censurar usuários e de não lutar o suficiente contra os spams e contas falsas.

O bilionário justificou sua decisão de voltar atrás sobre o pacto de compra, afirmando que a proporção de contas automatizadas na rede social era muito superior aos 5% que a empresa havia declarado.

Por fim, a empresa entrou com uma ação na justiça para forçá-lo a honrar seu compromisso, e parecia ter chances de sair vitoriosa.

Então, à medida que a data do julgamento se aproximava, Musk decidiu prosseguir com a compra pelo preço acordado em abril de US$ 44 bilhões. 

O acordo de abril foi recebido com desconfiança por setores mais à esquerda e alegria por setores à direita do espectro político americano, devido à ideia de que Musk poderia flexibilizar as regras e a moderação dos conteúdos. 

Agence France-Presse

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