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Mundo

Kim Jong-un anuncia repressão a ‘atos doentios e não revolucionários’

No domingo, além das tais medidas de fiscalização interna, Pyongyang também fez disparos de artilharia no mar

Redação Jornal de Brasília

13/06/2022 14h48

Foto: Divulgação

O líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e a cúpula do governo de Pyongyang pressionaram por uma repressão contra autoridades que cometem abuso de seu poder e outros “atos doentios e não revolucionários”, informou a mídia estatal nesta segunda-feira, 13, um dia após uma reunião do único partido do país.

Kim e outros secretários do comitê central do partido se reuniram no domingo, 12, para discutir estratégias para “travar uma luta mais intensa contra atos doentios e não revolucionários, incluindo abuso de poder e burocratismo revelados entre alguns funcionários do partido”, informou a agência oficial KCNA.

Sem detalhar as medidas, a agência oficial informou que Kim teria ordenado que a autoridade da comissão de auditoria do partido e outros sistemas locais de supervisão disciplinar fossem reforçados para promover a “liderança monolítica” do partido e “as amplas atividades políticas do partido por meio do forte sistema disciplinar”.

Analistas apontam para o anúncio como uma tentativa do governo de demonstrar força em um momento em que a Coreia do Norte passa por graves crises internas, na tentativa de manter a unidade. Além da grave crise econômica que se arrasta por anos, desgastando cada vez mais a população, o país lida agora com um preocupante surto de covid-19.

Apenas no domingo, autoridades relataram 40.060 novos casos suspeitos da doença, mas Pyongyang já admitiu preocupação com o avanço da doença há um mês. Posteriormente, autoridades de saúde norte-coreanas informaram que que cerca de 4,5 milhões de pessoas – mais de 17% de seus 26 milhões de habitantes – apresentaram sintomas como febre.

Demonstrações de força, sejam elas no ambiente interno ou externo, fazem parte da cartilha do líder norte-coreano para enfrentar crises com potencial de afetar sua popularidade. Nos últimos dois anos, Kim propôs lutas contra “práticas antissocialistas” na tentativa de manter uma base de apoio popular.

No domingo, além das tais medidas de fiscalização interna, Pyongyang também fez disparos de artilharia no mar, o que foi seguido por um discurso de Kim sobre o direito da Coreia do Norte à soberania nacional.

“O direito de autodefesa é precisamente a questão da defesa da soberania”, disse Kim, segundo a mídia estatal. Até o primeiro semestre de 2022, a Coreia do Norte realizou uma enxurrada recorde de testes de armas, incluindo dois este mês em uma renovada demonstração de força.

Em resposta ao teste de armas, o escritório de segurança nacional presidencial da Coreia do Sul realizou uma reunião para reafirmar a prontidão militar de Seul e expressou “preocupações com a Coreia do Norte atualizando seus sistemas de armas que representam uma ameaça direta à segurança da Coreia do Sul”. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Estadão Conteúdo

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