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Juíza rejeita pedido de Trump para que ela se retire de caso de conspiração nas eleições

“O tribunal nunca tomou a posição que a defesa atribui a ele: que o ex-presidente Trump deve ser processado e preso”, explicou a juíza

Redação Jornal de Brasília

27/09/2023 23h04

Foto: AFP

A juíza americana que presidirá o histórico julgamento de Donald Trump por supostamente tentar anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 rejeitou, nesta quarta-feira (27), um pedido de suspeição contra ela apresentado pelo advogados do ex-presidente.

Os advogados de Trump, em uma apresentação judicial no início deste mês, argumentaram que a juíza Tanya Chutkan deveria se afastar do processo devido a várias declarações que supostamente demonstram sua parcialidade.

Chutkan, em uma decisão de 20 páginas, negou categoricamente a moção.

“O tribunal nunca tomou a posição que a defesa atribui a ele: que o ex-presidente Trump deve ser processado e preso”, explicou a juíza. “E a defesa não cita qualquer instância em que o tribunal tenha proferido tais palavras ou algo semelhante.”

Chutkan observou que o padrão legal para um juiz se afastar de um caso é que sua “imparcialidade possa ser razoavelmente questionada”.

“O registro ‘como um todo’ não sustenta um razoável questionamento da imparcialidade do tribunal”, disse ela.

A defesa de Trump havia acusado Chutkan de suspeição com base nas declarações que ela deu durante a leitura da sentença de vários apoiadores do magnata pela participação no ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021.

Naquele dia, centenas de apoiadores do ex-presidente invadiram o santuário da democracia americana em uma tentativa de impedir a certificação da vitória de seu oponente, Joe Biden.

“Embora a juíza Chutkan possa ter a intenção genuína de dar ao presidente Trump um julgamento justo – e pode acreditar que pode fazê-lo – suas declarações públicas inevitavelmente mancham esses procedimentos, independentemente do resultado”, afirmaram os advogados.

Mas a juíza argumentou que suas observações durante essas audiências, em particular que os participantes no ataque agiram “por lealdade cega a uma pessoa que, aliás, continua livre hoje”, eram constatações de fatos e respondiam aos argumentos dos acusados para buscar clemência do tribunal.

“A suspeição não é justificada neste caso”, afirmou.

Chutkan, de 61 anos, marcou para 4 de março de 2024 o início do julgamento de Trump, que se declarou inocente.

Trump também enfrenta acusações de conspiração na Geórgia por supostamente tentar alterar os resultados eleitorais neste estado do sul do país, e um julgamento na Flórida em maio de 2024 por acusações de manipulação indevida de documentos confidenciais do governo.

O ex-presidente é o favorito à nomeação presidencial republicana em 2024.

© Agence France-Presse

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