Menu
Mundo

John Kerry minimiza eleição de Trump e diz que nem presidente tira agenda climática dos trilhos

Em junho de 2017, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, compromisso firmado pela comunidade internacional em 2015 para limitar o aquecimento global. O país foi reintegrado ao instrumento em 2021, após a posse de Joe Biden

Redação Jornal de Brasília

07/11/2024 15h09

us vote politics debate harris trump

O ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump fala durante um debate presidencial com a vice-presidente dos EUA e candidata presidencial democrata Kamala Harris no National Constitution Center na Filadélfia, Pensilvânia, em 10 de setembro de 2024. (Foto de SAUL LOEB/AFP)

JOÃO PEDRO PITOMBO
BELÉM, AL (FOLHAPRESS)

Secretário de Estado entre 2013 e 2017 e enviado especial do presidente Joe Biden para o clima entre 2021 e março de 2024, John Kerry minimizou a eleição do republicano Donald Trump e afirmou que nem mesmo o presidente dos Estados Unidos pode tirar a agenda climática dos trilhos.

“Uma pessoa, um homem, nem mesmo o poderoso presidente dos Estados Unidos pode tirar dos trilhos os esforços de 200 países ao redor do mundo”, afirmou Kerry.

As declarações foram dadas nesta quinta-feira (7) em palestra concedida de forma remota para a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias. O evento acontece em Belém (PA) e é organizado pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).

John Kerry lembrou do primeiro mandato do presidente eleito Donald Trump, entre 2017 e 2021, marcado por reveses na agenda ambiental.

Em junho de 2017, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, compromisso firmado pela comunidade internacional em 2015 para limitar o aquecimento global. O país foi reintegrado ao instrumento em 2021, após a posse de Joe Biden.

Na avaliação Kerry, o governo Trump tirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, mas “o povo americano continuou dentro”, mantendo os compromissos com a agenda ambiental.

Destacou ainda que os governadores dos estados norte-americanos, sejam eles democratas ou republicanos, terão que obedecer a um portfólio de leis e instrumentos jurídicos vigentes em relação à questão climática.

Também lembrou que a primeira eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos em 2016 não reduziu os compromissos das empresas e governos com a questão climática. E disse esperar que os acordos já assumidos diante da comunidade internacional sejam mantidos.

“Minha esperança é que não aconteça nada contra isso [compromissos assumidos contra as mudanças climáticas]. Mas, se acontecer algo contra, a gente sabe que não vai ter o poder de causar uma disrupção”, afirmou.

Entre 2021 e 2024, John Kerry atuou como enviado especial do presidente Joe Biden para o clima. No cargo, ele atuou como o principal diplomata do presidente norte-americano sobre mudanças climáticas e trabalhou pela redução emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta.

Antes, foi senador pelo estado de Massachusetts e Secretário de Estado na segunda gestão do democrata Barack Obama. Foi candidato a Presidência em 2024 pelo partido Democrata, mas foi derrotado para o então presidente George W. Bush.

Kerry disse considerar que o mundo avançou na questão climática desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, quando cada país signatário concordou em ter o seu próprio plano para lidar com os efeitos das mudanças climáticas.

E destacou que a COP28 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), que ocorreu em Dubai em novembro de 2023, foi marcada pelo entendimento da necessidade de acelerar a transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis de forma justa, ordenada e efetiva.

“[A Conferência de ] Dubai disse que temos que fazer mais. E temos que fazer isso de forma constante e efetiva”, disse Kerry, mostrando otimismo em relação a novos avanços na COP29, que será realizada entre 11 e 22 de novembro em Baku, capital do Azeibarjão.

Em 2025, Belém vai sediar a COP30 -será a primeira vez que o evento da ONU, que discute clima e floresta, será realizado na região amazônica.

O evento no Brasil vai marcar os dez anos do Acordo de Paris e será palco da primeira grande revisão dos parâmetros estabelecidos no compromisso assinado em 2015.

O repórter viajou a convite do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado