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Índia celebra nomeação de Rishi Sunak como premiê do Reino Unido

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, desejou boa sorte a uma das “pontes vivas” que representam os britânicos de origem indiana

Redação Jornal de Brasília

25/10/2022 13h29

Foto: Daniel LEAL / AFP

Os indianos celebraram nesta terça-feira (25) a nomeação de Rishi Sunak, hindu de origem indiana, como primeiro-ministro britânico em um momento crucial das relações entre a Índia e a ex-potência imperial.

Ex-banqueiro e ministro das Finanças, Sunak se torna, aos 42 anos, o chefe de Governo mais jovem da história contemporânea do Reino Unido, depois de uma meteórica ascensão política. É também o primeiro governante britânico de origem indiana e o primeiro de uma atinga colônia britânica.

Nascido em 12 de maio de 1980 em Southampton, na costa sul da Inglaterra, Sunak tem suas origens indianas em seus avós. Originários de uma família de Punjab no norte de Índia, seus pais nasceram na diáspora indiana do leste da África.

Rishi Sunak se casou com a empresária indiana Akshata Murty, filha do cofundador da gigante de informática indiana Infosys.

Na segunda-feira (24), o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, desejou boa sorte a uma das “pontes vivas” que representam os britânicos de origem indiana. 

Em agosto, a Índia celebrou o 75º aniversário de sua independência, algumas semanas antes de se tornar a quinta economia mundial, com PIB superior ao Reino Unido, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). 

À época da colonização britânica, os indianos nunca teriam imaginado um “avanço tão importante” como esta nomeação, celebrou ontem o ministro-chefe do estado de Karnataka (sul), Basavaraj Bommai. 

Associação entre Reino Unido e Índia

A ascensão de Sunak foi objeto de uma ampla cobertura televisiva na Índia.  

Modi felicitou seu novo homólogo britânico, destacando sua esperança de “transformar os vínculos históricos (entre ambas as nações) em uma associação moderna”.

Sunak toma posse do cargo em um momento em que o governo nacionalista hindu se esforça para apagar os últimos vestígios simbólicos da era colonial na Índia. 

Em setembro, Modi inaugurou uma estátua de Subhas Chandra Bose, um dos heróis da independência, adorado por ter-se armado contra os britânicos, mas polêmico por sua colaboração com a Alemanha nazista. A inauguração ocorreu poucas horas antes de o Reino Unido anunciar a morte da rainha Elizabeth II.

No ano passado, Modi e o então premiê britânico, Boris Johnson, estabeleceram o objetivo de concluir um acordo de livre-comércio antes da festa hindu de Diwali, celebrada ontem na Índia. Um pacto potencialmente importante para Londres compensar sua saída da União Europeia.

Nenhum acordo foi anunciado até agora. As negociações foram interrompidas pelos conservadores, que temiam que um acordo deste tipo fosse acompanhado por um aumento da imigração.

Em troca de uma redução das tarifas sobre importações de produtos como o uísque, a Índia pressiona para obter mais vistos de trabalho e de estudos, como nos acordos de Londres com a Austrália e com a Nova Zelândia. Em ambos, permite-se que pessoas de até 35 anos residam no Reino Unido por três anos. 

© Agence France-Presse

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