Uma menina de três anos, diagnosticada com cálculos renais, transformou-se neste sábado no primeiro caso fora das fronteiras chinesas – pois Hong Kong foi devolvida ao país em 1997, mas funciona como território estrangeiro para efeitos fronteiriços.
O pânico se estendeu em Hong Kong depois que se soube que outra das empresas envolvidas no caso, a Mengniu, era a fornecedora do parque Disneylândia na ex-colônia.
No total, 22 empresas, entre elas as mais importantes da China, como Yili (fornecedora dos Jogos Olímpicos de Pequim), Mengniu, Sanlu, Bright Dairy, Suncare e Yashili, estão implicadas na adulteração de leite com melamina.
Além disso, as autoridades de Cingapura detectarem melamina – composto utilizado na fabricação de resinas sintéticas que engana os detectores de proteínas e produz cálculos renais – no leite de morango da marca holandesa Dutch Lady, produzido na fábrica chinesa de Tianjin.
Por isso, o produto foi retirado de Hong Kong e de Macau.
Os salões de beleza de Hong Kong foram obrigados a informar aos clientes sobre a origem de qualquer cosmético ou tratamento derivado do leite.
O escândalo disparou o alarme nos países que importam leite chinês, como o Japão, onde as instituições Marudai Food Co., cliente da Yili, e a Nissin Foods retiraram no sábado alguns de seus produtos, enquanto Malásia, Mianmar (antiga Birmânia), Tanzânia, Brunei e Gabão proibiram a venda de leite chinês.
Enquanto isso, os casos de crianças com cálculos renais por ingestão de leite adulterado continuam aumentando, apesar de Pequim manter inalterado o número de quatro mortos e 6.244 afetados desde quarta-feira passada.
As autoridades da província de Hebei revelaram hoje que, desde esse dia, o número de crianças doentes na região quadruplicou, e na sexta-feira já eram 5,77 mil os casos conhecidos, valores que fazem o número nacional passar de dez mil.
O subdiretor de Saúde de Hebei, Gao Chunqiu, informou que estima-se que pelo menos 160 mil bebês da província tenham consumido leite adulterado da Sanlu, segundo a agência “China News Service”.
Em meio a este novo escândalo sanitário, o primeiro-ministro, Wen Jiabao, ressaltou em um comunicado que sua prioridade agora é a segurança alimentar.