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Fome afeta 56,5 milhões de pessoas na América Latina, 13,2 milhões a mais que em 2019

A estimativa que a incidência da pobreza extrema na região aumentará 0,2 ponto percentual em 2022 e pode atingir 81,8 milhões de pessoas

Redação Jornal de Brasília

06/12/2022 13h47

Foto: AFP

Entre 2019 e 2021, o número de pessoas em situação de fome aumentou em 13,2 milhões, atingindo 56,5 milhões, na América Latina e Caribe, devido ao aumento do custo da cesta básica e ao aumento da pobreza extrema, informa nesta terça-feira (6) um relatório da Cepal, FAO e PAM.

O relatório foi apresentado hoje pelas três instituições da ONU na sede da Cepal, em Santiago, e foi elaborado “em resposta à crise alimentar mundial”.

Enquanto isso, em 2021, a insegurança alimentar afetou 40,6% da população da América Latina e do Caribe. Um total de 267,7 milhões de pessoas foram afetadas; 62,5 milhões a mais que em 2019. 

Segundo o relatório, “o aumento da inflação dos alimentos e da pobreza extrema é um dos fatores que aumentam a insegurança alimentar e a fome”. 

A inflação dos alimentos “aumenta o risco de fome” e a alta do preço internacional dos produtos básicos, cujo aumento médio chegou a 11,7% em setembro passado, é repassada aos consumidores. 

A Cepal estima que a incidência da pobreza extrema na região aumentará 0,2 ponto percentual em 2022 e pode atingir 81,8 milhões de pessoas. 

O relatório também sustenta que as várias crises internacionais dos últimos 15 anos comprometeram o acesso da região a alimentos e insumos essenciais, como fertilizantes para a agricultura regional.

“A fome aumentou 30% na região entre 2019 e 2021. A alta dependência da importação de fertilizantes e a variação dos preços dos alimentos têm um impacto negativo e inevitável nos meios de subsistência, principalmente da população rural, e no acesso a uma alimentação saudável”, ressaltou Mario Lubetkin, representante regional da FAO. 

Lubetkin recomendou o fortalecimento dos sistemas de proteção social nas áreas rurais, especialmente voltados para os agricultores familiares, e a eliminação das restrições ao comércio internacional de alimentos e fertilizantes, pois serão medidas fundamentais no processo de resposta à crise atual.

© Agence France-Presse

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