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Filho de ator espanhol condenado à prisão perpétua por assassinato na Tailândia

Um tribunal da ilha vizinha de Koh Samui determinou que Sancho agiu com premeditação ao matar Arrieta em agosto de 2023, informou a advogada da família da vítima, Bussakorn Kaewleeled, à imprensa

Redação Jornal de Brasília

29/08/2024 15h12

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Foto de Lillian SUWANRUMPHA / AFP

O chef espanhol Daniel Sancho, filho de um ator famoso, foi condenado nesta quinta-feira (29) na Tailândia à prisão perpétua pelo esquartejamento e assassinato do médico colombiano Edwin Arrieta na ilha turística de Koh Pha Ngan. Anunciou defesa que apresentará recurso de apelação.

Um tribunal da ilha vizinha de Koh Samui determinou que Sancho agiu com premeditação ao matar Arrieta em agosto de 2023, informou a advogada da família da vítima, Bussakorn Kaewleeled, à imprensa.

“O demandante está satisfeito com a sentença porque (Sancho) vencerá na prisão pelo resto da vida e receberá uma compensação financeira”, disse Kaewleeled.

“Sempre descobrimos que a premeditação era um fato demonstrável e tínhamos os elementos para provar”, indicaram em um comunicado os familiares de Arrieta, que se opunham à pena de morte por motivos religiosos.

O Tribunal Provincial de Koh Samui confirmou a sentença em um comunicado. Sancho também deve pagar uma indenização à família de Arrieta de 4,4 milhões de baht (130.173 dólares, 723.000 reais) e 5% de juros por ano.

Os advogados Marcos García-Montes e Carmen Balfagón, representantes da família de Sancho, anunciaram que apresentaram recurso contra a sentença.

O acusado, um chef de 30 anos com grande presença nas redes sociais, é filho do ator espanhol Rodolfo Sancho, conhecido por suas participações em séries de televisão de sucesso no país, e neto do ator Félix Ángel Sancho Gracia.

García-Montes explicou que “o presidente (do tribunal) disse que (Sancho) não é um preso condenado, e sim um preso preventivo porque tem direito a recursos”.

– “Não esperávamos” –

O julgamento ocorreu em abril na ilha de Koh Samui, cujo tribunal anunciou nesta quinta-feira o veredicto de um caso com grande cobertura de imprensa na Espanha e na Colômbia.

“Não esperávamos isso, mas temos que aceitar o que determina a justiça tailandesa, temos que respeitar”, disse Balfagón.

Sancho está em prisão provisória há mais de um ano na Tailândia, desde que foi admitido que matou e esquartejou Arrieta, de 45 anos, em 2 de agosto de 2023.

O assassinato aconteceu em Koh Pha Ngan, uma ilha turística famosa por suas praias e festas.

Durante o julgamento ficou previsto que os restos mortais do cirurgião colombiano fossem guardados em sacos plásticos que Sancho descartou em diversos pontos da ilha.

O espanhol permanecerá preso em Koh Samui enquanto o departamento penitenciário da Tailândia decidirá onde deverá cumprir a pena, informou a advogada da família Arrieta.

O réu enfrentava o risco de pena de morte, mas a família de Arrieta se expressava contra a proteção e solicitava uma sentença de prisão perpétua.

A família Arrieta diz que “o único que pode tirar a vida é Deus”, explicou nesta quinta Juan Gonzalo Ospina, um de seus advogados, à W Radio.

– “Esquartejou uma família” –

“Que o deixem na Tailândia para que tenha tempo, todo o tempo que Deus dê a ele de vida, para pensar no que fez, que não apenas esquartejou meu irmão, ele esquartejou uma família”, declarou Darling Arrieta, irmã da vítima, em um documentário da HBO sobre o caso.

No documentário, lançado na plataforma no início do julgamento, o pai do réu, Rodolfo Sancho, afirmou que o médico colombiano havia ameaçado seu filho e que isto desencadeou uma “briga e nesta briga houve um acidente” que terminou com a morte de Arrieta.

O ator esteve presente durante a leitura da sentença, assim como a mãe do condenado, Silvia Bronchalo. Nenhum deles falou com a imprensa.

O advogado Ospina afirmou que durante o julgamento foi demonstrado que Sancho roubou facas, sacos plásticos e produtos de limpeza antes do crime e os guardou no cômodo em que aconteceu o crime.

A defesa de Sancho alegou ainda que ele agiu em defesa legítima porque a vítima tentou forçá-lo a manter relações sexuais.

“Ele tentou me estuprar e nós brigamos”, afirmou Sancho em seu depoimento, citado pelo jornal espanhol El Mundo.

Segundo esta informação, o jovem não compareceu imediatamente à polícia porque entrou em estado de choque.

Ao mesmo jornal, o advogado Ospina afirma que Sancho “está em uma falsa realidade”.

© Agence France-Presse

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