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EUA prometem que vão proteger as Filipinas caso a China ataque, diz Blinken

Blinken lembrou que os EUA e as Filipinas têm um acordo de defesa mútua que já dura 70 anos

FolhaPress

07/08/2022 14h03

Antony Blinken, U.S. secretary of state, introduces President Joe Biden, not pictured, at the State Department in Washington, D.C., U.S., on Thursday, Feb. 4, 2021. In his inaugural visit to the department, Biden said he is halting or reversing a slew of foreign policy initiatives from the Trump administration, including troop drawdowns in Germany and support for a Saudi-led offensive in Yemen that turned into a humanitarian disaster. Photographer: Jim Lo Scalzo/EPA/Bloomberg via Getty Images

Tiago Minervino
Maceió, AL

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, prometeu às Filipinas que a Casa Branca irá protegê-la em um eventual ataque armado impetrado pela China na região do Mar da China Meridional. A promessa se dá em meio à tensão geopolítica que se acirrou na última semana entre Pequim e Taiwan, após a visita da presidente da Câmara dos Deputados norte-americano, Nancy Pelosi, à ilha autônoma cujo território é reivindicado pelos chineses.

Blinken lembrou que os EUA e as Filipinas têm um acordo de defesa mútua que já dura 70 anos e, na possibilidade de a China atacar o território filipino, eles seriam “obrigados” a defendê-los, para manter a “resistência” desse tratado.”Um ataque às forças armadas filipinas, embarcações públicas e aeronaves invocará os compromissos de defesa mútua dos EUA sob esse tratado.

As Filipinas são amigas, parceiras e aliadas insubstituíveis dos Estados Unidos”, afirmou o secretário norte-americano em entrevista a jornalistas.Durante o encontro com Blinken, o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr, negou que a visita de Nancy Pelosi tenha sido o fator preponderante para “aumentar a intensidade” da crise diplomática entre China e Taiwan, pois eles já vivem sob “esse nível tensão há um bom tempo”.

As Filipinas tentam manter o equilíbrio em meio às constantes crises entre os Estados Unidos e a China, e o atual presidente filipino busca reforçar os laços com a Casa Branca após seu antecessor, Rodrigo Duterte, ter ficado conhecido por um posicionamento contrário aos EUA.Agora, Ferdinand planeja realizar uma visita ao presidente norte-americano, Joe Biden, segundo o secretário de Relações Exteriores das Filipinas, Enrique Manalo.Crise entre China e TaiwanA visita realizada por Nancy Pelosi a Taiwan na semana passada aumentou as tensões entre Taipei e a China.

A ida da deputada fez parte de um itinerário da democrata pela Ásia, e simbolizou a primeira visita de uma presidente da Câmara dos Estados Unidos a Taiwan em 25 anos.Crítica contumaz da China e do presidente chinês Xi Jinping, Pelosi disse que sua visita simbolizou uma “escolha entre autocracia e democracia”. Porém, a democrata negou que a ida à Taipei contraria a política adotada pelos EUA em relação à ilha. Em resposta, Pequim afirmou que Washington “vai pagar o preço” pela visita.

Após a saída de Pelosi da ilha, a China respondeu com disparo de mísseis durante exercícios militares no entorno de Taiwan, o que Antony Blinken classificou como uma escalada injustificada. Ainda, Pequim afirmou que imporá sanções à Nancy. A Casa Branca, por sua vez, posicionou quatro navios de guerra, entre eles um porta-aviões, a leste de Taiwan.Taiwan, um território em disputa.

A China considera Taiwan uma província que ainda não conseguiu ser reunificada ao restante do seu território desde o fim da guerra civil chinesa. Pequim cita reiteradamente a possibilidade de recuperar o território, inclusive pela força se considerar necessário.As relações de Taiwan com a China têm sido frias desde que a presidente Tsai Ing-wen chegou ao poder em 2016.

Para ela, a ilha é uma nação soberana que não faz parte da China.”A presidente chegou a comparar a situação do país à vivida pela Ucrânia atualmente:”O compromisso do povo ucraniano com a proteção de sua liberdade e democracia, e sua corajosa dedicação à defesa de seu país, encontraram profunda empatia no povo de Taiwan, porque nós também estamos na linha de frente da batalha pela democracia”, declarou Ing-wen.

Na última semana, os presidentes da China e dos Estados Unidos tiveram uma conversa telefônica tensa, durante a qual Xi Jinping disse a Joe Biden que o governo americano não deveria “brincar com fogo” no que diz respeito a Taiwan.

Embora autoridades americanas de alto escalão visitem frequentemente Taiwan, a China considera a viagem de Pelosi, uma das principais personalidades do Estado, uma grande provocação. Além disso, Pelosi tem um histórico de críticas contra o governo chinês e apoiou os manifestantes pró-democracia em Hong Kong nos anos recentes.

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