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Em Davos, Montezano celebra venda da Eletrobras e diz que fazê-la antes reduziria custos

Quando questionado pelo mediador, afirmou que via a transição para energia limpa como uma grande oportunidade

FolhaPress

23/05/2022 15h28

Foto: Dado Galdieri

Luciana Guimarães
São Paulo, SP

Em painel sobre o mercado de energia limpa na América Latina durante o encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, aproveitou para propagandear a privatização da Eletrobras, que, após o aval do Tribunal de Contas da União, deve ocorrer ainda neste ano.

Montezano defendeu a privatização como caminho para melhorar a governança das empresas -chegou a dizer que, no ESG, o G de governança é o ponto fraco para o Brasil- e afirmou que ela já ocorre com atraso.

“Imagine se ela tivesse sido feita há dez anos. O custo de capital para as geradoras de energia seria materialmente menor hoje”, afirma. “Mas há dez anos algo assim era impensável”, afirmou, em alusão ao governo Dilma Rousseff (PT).

Depois de uma forte estiagem no ano passado, as geradoras de energia no Brasil -e, por conseguinte, as distribuidoras- enfrentam pressão nos custos, o que acaba sendo repassado ao grande e ao pequeno consumidor.

O presidente do BNDES destacou o potencial do país, especialmente para geração eólica, mas em geral pouco se manifestou no debate, que contou com presidentes de empresas do setor e ministros de outros países da região.

Quando questionado pelo mediador, afirmou que via a transição para energia limpa como uma grande oportunidade de negócios para os países latino-americanos, cujo portfólio de geração já é mais verde que o de outras regiões, e lembrou que o BNDES é o terceiro maior financiador global de energia limpa, mas sem dar detalhes.

Em conversa com jornalistas mais cedo, o presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Marcos Troyjo, afirmou que o chamado banco dos Brics deve aumentar o financiamento de projetos ligados a energia limpa para 40% de sua carteira.

A questão energética e a crise ambiental estão entre os destaques do encontro do Fórum neste ano. Apesar disso, o Brasil participa de apenas dois painéis sobre o tema, sinal de diminuição do status do país neste debate.

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