Porto Rico e a República Dominicana, localizados na área da América Central, estão sendo atingidos pelo furacão Fiona, que está desde domingo causando estragos na região. As fortes chuvas inundaram rios e provocam deslizamentos, destruindo casas, estradas e pontes.
Em Porto Rico, pelo menos uma pessoa morreu e quase todo o arquipélago ficou sem energia, em uma situação descrita pelo governador, Pedro Pierluisi, como “catastrófica”. A República Dominicana registrou um morto e cerca de 800 desabrigados.
Estamos na época mais propícia para os furacões, que costumam acontecer no segundo semestre do ano, principalmente entre agosto e setembro. E como os nomes das tempestades são escolhidos? Muitos se perguntam o motivo dos nomes serem femininos, já que para a maioria, aqueles que vem primeiro à mente são o Katrina, Sandy, Wilma, Patrícia, Irma… mas não é bem assim.
Os furacões começaram a ser batizados pelos militares norte-americanos ainda na Segunda Guerra Mundial. Naquela época, sim, os nomes eram somente femininos, já que eles escolhiam nomes de suas namoradas, esposas ou mães para batizar as tempestades.
Apenas em 1970, com o objetivo de manter um equilíbrio de gênero e não causar discussões ou desviar a atenção do foco principal, que era o perigo da tempestade, começaram a aparecer nomes masculinos para descrever os furacões.
Os nomes próprios são utilizados para facilitar a divulgação de alertas e evitar erros e confusões, já que é muito mais fácil se lembrar de um nome humano do que termos técnicos.
A agência meteorológica da ONU, localizada em Genebra, na Suiça, é quem organiza a lista que dá nomes aos furacões. A cada ano, os furacões são organizados por ordem alfabética e seguem um padrão de alternância – um masculino, um feminino -, de acordo com os nomes mais comuns para cada região.
Essa lista é reciclada a cada seis anos, ou seja, nomes já utilizados anteriormente podem ser atribuídos a um novo furacão. Entretanto, se a tempestade passou causando uma grande devastação, o nome é “aposentado”, como é o caso do Katrina e do Irma.
Nomes femininos
Mas existe uma explicação para a maioria da população achar que existem mais furacões com nomes femininos – apesar de não ser verdade.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em 2014, revelou que furacões com nomes femininos podem matar mais do que furacões com nomes masculinos.
Em média, as tempestades com nomes masculinos causam 15 mortes, enquanto furacões com nomes femininos costumam matar 42 pessoas. Para o estudo, foram analisados furacões ocorridos entre 1950 e 2021, com exceção do Katrina, de 2005, que foi o maior deles e desequilibraria a pesquisa.
Mas por que isso acontece? Segundo os cientistas, os furacões com nomes de mulheres tendem a ser menos levados a sério, fazendo com que as pessoas tomem menos cuidados e não enfrentem a tempestade de acordo com as previsões.