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Câmara de Nova York retira estátua de Thomas Jefferson por passado escravocrata

Nesta segunda (18), um comitê da Câmara votou por unanimidade pela retirada da representação da sala de reuniões

FolhaPress

19/10/2021 14h29

Foto: Carlo Allegri/Reuters

A Câmara Municipal de Nova York aprovou a remoção da estátua de Thomas Jefferson, que permaneceu na sala da diretoria por mais de cem anos, tirando do local a figura de um dos pais fundadores dos EUA e principal autor da Declaração de Independência devido a seu passado escravagista.

Nesta segunda (18), um comitê da Câmara votou por unanimidade pela retirada da representação da sala de reuniões. O ex-presidente teve mais de 600 escravos e, com uma delas, Sally Hemings, seis filhos.

Havia alguns anos vereadores de origem latina e negra já reivindicavam timidamente a retirada da homenagem. Após discussões, decidiu-se transferir a estátua para a Sociedade Histórica de Nova York. “Jefferson representa algumas das partes mais vergonhosas da longa e cheia de matizes história do nosso país”, disse a vereadora Adrienne Adams, que é negra, do Partido Democrata.

Nem todos, no entanto, concordam com a decisão. Sean Wilentz, professor de história dos EUA na Universidade Princeton, escreveu em uma carta lida pela comissão que “a estátua homenageia Jefferson especificamente pela sua grande contribuição à América e à humanidade”.

O debate sobre a estátua de Jefferson faz parte de um movimento nacional que surgiu na esteira da morte de George Floyd, um homem negro sufocado sob o joelho de um policial, e do Black Lives Matter.

Também se insere em um quadro de acentuada desigualdade racial, exposto pela pandemia da Covid-19, e do debate sobre se monumentos e símbolos dos confederados, que lutaram no lado que defendia a manutenção da escravidão durante a Guerra Civil americana, deveriam ser removidos.

Feita de gesso com base no modelo de bronze de Jefferson em exibição na Rotunda do Capitólio, em Washington, a estátua foi encomendada em 1833 por Uriah P. Levy, o primeiro comodoro judeu da Marinha americana, para comemorar o apoio de um dos “pais da nação” à liberdade religiosa nas Forças Armadas.

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