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Bolsonaro diz que encontro com Biden será sobre ‘o que foi tratado com Trump’

Bolsonaro também lembrou do encontro do G20, no ano passado, em que teve de negociar sua entrada sem estar imunizado

FolhaPress

27/05/2022 14h43

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 27, que seu encontro bilateral com o presidente americano, Joe Biden, será de 30 minutos. “Vamos falar da posição do Brasil, falar do que havia tratado com o presidente Donald Trump para continuar essa política”, declarou o chefe do Executivo em Goiânia (GO), na Convenção Nacional das Assembleia de Deus.

O encontro de Bolsonaro com Biden acontecerá às margens da 9ª Cúpula das Américas, marcada para acontecer entre os dias 6 e 10 de junho. Ainda não se sabe, no entanto, o dia da reunião reservada.

Bolsonaro hesitou em participar da cúpula, que corre o risco de ser esvaziada sem a presença dos líderes do México, Bolívia e Guatemala que ameaçam não ir, bem como Cuba, Nicarágua e Venezuela que não estão convidados até o momento.

Alinhado a Trump, Bolsonaro já trocou farpas com Biden e se viu isolado do cenário internacional, especialmente após a visita ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, dias antes do início da guerra na Ucrânia. Esta será a primeira reunião bilateral entre os dois líderes desde que Biden assumiu a presidência em 2021.

De acordo com Bolsonaro, ele negociou os termos da agenda bilateral com o enviado de Biden ao Brasil para a Cúpula, o ex-senador Christopher Dodd. “Conversei como seria o tratamento dispensado ao chefe de Estado de um dos países mais importantes do mundo, que é o Brasil”, afirmou Bolsonaro, que destacou que seu encontro com Putin foi de três horas. “Sou um chefe de Estado, com toda certeza dos últimos que estiveram no Brasil, que mais respeita e admira o povo americano”, acrescentou.

A Cúpula das Américas, a primeira sediada nos Estados Unidos desde o encontro inaugural em 1994, deve discutir temas como democracia, direitos humanos e preservação do meio ambiente, tema sensível para o presidente brasileiro, criticado internacionalmente pela devastação da floresta amazônica.

O presidente enfim aceitou o convite após receber Dodd no Palácio do Planalto na última terça-feira, 24. No cálculo de Bolsonaro, contou tanto os ganhos internos de finalmente se reunir com o presidente americano e afastar a sombra do isolamento internacional, bem como a importância da própria cúpula, que o Brasil sempre compareceu.

Bolsonaro também lembrou do encontro do G20, no ano passado, em que teve de negociar sua entrada sem estar imunizado contra a covid-19. “Eu resolvi não tomar a vacina, é um direito meu. No encontro do G20, ano passado, tinha a exigência do passaporte vacinal. Eu falei ‘eu não vou’. Tiraram a exigência e eu fui”, relatou.

Bolsonaro reclamou de ter sido ignorado por Biden durante o G20, sugerindo que o motivo era a idade avançada do americano. Biden tem 79 anos e Bolsonaro, 67.

Em mais um ataque às medidas de contenção da pandemia, o presidente afirmou ainda, sem apresentar provas, que o lockdown “não salvou uma vida sequer” em qualquer parte do mundo.

Estadão Conteúdo

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