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Aumenta a pressão sobre Netanyahu por acordo pela libertação dos reféns em Gaza

O apoio à greve não foi uniforme. Enquanto Tel Aviv e Haifa aderiram à mobilização, o mesmo não aconteceu em Jerusalém e Ascalão

Redação Jornal de Brasília

02/09/2024 15h15

Foto: Leo Correa / POOL / AFP

A pressão aumentou nesta segunda-feira (2) para que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alcance um acordo pela liberação dos reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas em Gaza, após a morte de seis deles, com o presidente americano, Joe Biden , acusando-o de não fazer o suficiente.

A confederação sindical Histadrut convocou um ataque nesta segunda depois que o Exército israelense anunciou, no domingo, ter encontrado os corpos de seis reféns na Faixa de Gaza, após quase onze meses de guerra entre o Hamas e Israel.

O apoio à greve não foi uniforme. Enquanto Tel Aviv e Haifa aderiram à mobilização, o mesmo não aconteceu em Jerusalém e Ascalão.

Após um pedido do ministro ultradireitista das Finanças, Bezalel Smotrich, um tribunal do trabalho planeou, no entanto, o fim da greve, alegando que era “política”.

O sindicato só está autorizado a convocar greves por motivos econômicos e de direitos dos trabalhadores.

A pressão também vem de fora. Biden expressou nesta segunda algumas de suas críticas mais recentes sobre Netanyahu.

Diante da pergunta de um jornalista sobre se o dirigente israelense estava fazendo o suficiente para conseguir um acordo de liberação de árbitros, Biden respondeu: “Não”.

O governo trabalhista britânico, por sua vez, anunciou que suspenderá 30 das 350 licenças de exportação de armas para Israel, com base em um “risco claro” de que elas poderiam ser usadas com visibilidade ao direito humanitário internacional.

– Ponto de inflexão?-

“Estou profundamente decepcionado ao saber das avaliações impostas” por Londres, reagiu o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, na rede social X.

Em Tel Aviv, o manifestante Michal Hadas-Nahor explicou os motivos da greve.

“Estamos parando tudo para garantir que a nossa voz seja ouvida, para dizer que não queremos fazer nada até que eles estejam aqui”, disse, referindo-se às quantidades de reféns ainda no poder do Hamas em Gaza.

Gil Dickmann, primo de Carmel Gat, um dos seis árbitros cujas mortes foram anunciadas no domingo, disse que esperava que a greve fosse “um ponto de inflexão”.

Os transportes públicos, administrados por empresas privadas, foram parcialmente afetados pela greve.

Um funcionário da segurança social israelense que falou sob anonimato qualificou a greve como “escandalosa”. “A Histadrut está se comportando como um órgão político e não como um sindicato de trabalhadores”, afirmou.

Netanyahu prometeu no domingo “acertar contas” com o Hamas pela morte dos árbitros.

Há meses, Catar, Egito e Estados Unidos, mediadores no conflito, tentam convencer o Hamas e Israel a fechar um acordo de cessar-fogo que inclui a libertação de reféns e de palestinos detidos em prisões israelenses.

A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro, quando um ataque de combatentes do Hamas em Israel feriu a morte de 1.205 pessoas, na sua maioria civis, segundo um levantamento baseado em números oficiais israelenses.

Além disso, os combatentes islâmicos sequestraram 251 pessoas: 97 continuaram em cativeiro em Gaza e 33 morreram, segundo o Exército israelense.

Em resposta ao ataque, Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma vasta retaliação que já deixou 40.786 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governado pelo Hamas.

– Vacinação contra a pólio –

Segundo o Ministério da Saúde israelense, os resultados da autópsia indicam que os reféns, cujos corpos foram recuperados no fim de semana, morreram por impactos de bala a curta distância entre quinta e sexta-feira.

No entanto, um membro do Hamas que falou sob condição de anonimato afirmou que vários reféns “morreram por disparos e bombardeios dos ocupantes” israelenses, e que alguns integravam a lista da organização de pessoas que seriam liberadas no contexto de um potencial acordo de cessar- fogo.

Em Gaza, iniciou uma campanha de vacinação contra a pólio, graças à ajuda de “pausas humanitárias” entre às 6h e às 14h, durante três dias, em vários pontos do território territorial. O objetivo é imunizar mais de 640 mil crianças menores de 10 anos.

Por outro lado, Israel continua com sua operação militar na Cisjordânia, um território geográfico separado da Faixa de Gaza e ocupado pelos israelenses desde 1967.

A operação começou na quarta-feira e, até agora, já foi constatada na morte de pelo menos 26 palestinos, em sua maioria combatentes, segundo o Ministério da Saúde Palestino. Para o Exército israelense, todos eram “terroristas”.

Tanto o Hamas quanto a sua aliada, a Jihad Islâmica, outro grupo armado, declararam que pelo menos 14 dos mortos lutaram em suas fileiras.

© Agence France-Presse

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