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Mundo

Além de presidente do Haiti, ao menos 15 líderes já foram assassinados nas Américas

O caso mais emblemático de morte presidencial foi o de John Kennedy, líder dos EUA baleado na cabeça enquanto desfilava em carro aberto

Redação Jornal de Brasília

07/07/2021 13h36

Foto: Cecil Stoughton – 22.nov.1963/Casa Branca/Reuters

Rafael Balago
FolhaPress

Desde o século 19, ao menos 16 presidentes ou ditadores já foram assassinados enquanto estavam no cargo nas Américas. Os casos na região se concentram entre os anos 1870 e 1960, e quatro deles foram nos Estados Unidos –nenhum ocorreu no Brasil. Nesta quarta (7), Jovenel Moïse, 53, presidente do Haiti, foi assassinado a tiros em um ataque em sua residência, segundo o premiê Claude Joseph.

O caso mais emblemático de morte presidencial foi o de John Kennedy, líder dos EUA baleado na cabeça enquanto desfilava em carro aberto em Dallas, em 1963. O acusado de fazer os disparos foi morto dias depois, e as razões para a morte do democrata nunca foram plenamente esclarecidas. Isso levou ao surgimento de muitas teorias conspiratórias.

Além de Kennedy, outros três presidentes dos EUA foram assassinados por armas de fogo. Um ator atirou contra Abraham Lincoln, em 1865, em um teatro. Em 1881, James Garfield tomou tiros em uma estação de trem em Washington. Em 1901, William McKinley foi baleado enquanto visitava uma exposição em Buffalo, no estado de Nova York. Vizinha ao Haiti, a República Dominicana teve ao menos três líderes mortos: Ulises Heureaux (em 1899), Ramón Cáceres (1911) e Rafael Trujillo (1959). Cáceres e Trujillo foram assassinados em emboscadas armadas por opositores enquanto se deslocavam. A morte de Trujillo inspirou o livro “A Festa do Bode”, de Mario Vargas Llosa.

Em El Salvador, em 1913, o presidente Manuel Enrique Araújo levou tiros e golpes de facão enquanto acompanhava um concerto em um parque. Ele morreu cinco dias depois, por complicações de uma cirurgia para retirar fragmentos. Na Guatemala, houve dois casos: José Maria Barrios foi assassinado na rua em 1898, quando ia a um teatro. E, em 1957, um guarda do palácio ligado à oposição matou Carlos Castillo, que havia tomado o poder em um golpe de Estado.

No México, Venustiano Carranza, um dos líderes da Revolução Mexicana de 1910, foi morto a mando de seus antigos aliados, enquanto andava a cavalo, em 1920. Na América do Sul, houve assassinatos presidenciais no Equador, Peru e Uruguai. Em 1872, o líder peruano Tomás Gutiérrez perdeu a vida em meio a uma revolta popular em Lima. Ele tentou fugir do palácio disfarçado, mas acabou reconhecido na rua e morto. Em seguida, o corpo dele e do irmão foram expostos na rua e pendurados na torre de uma catedral.

Também no Peru, Luis Miguel Cerro levou tiros de um militante de um partido que havia sido banido pelo governo, em 1933. Tanto Cerro quanto Gutiérrez haviam chegado ao poder após golpes militares. No Equador, Gabriel Garcia Moreno levou golpes de facão em 1875, dentro do palácio do governo, quando um grupo de opositores fez uma emboscada. No Uruguai, Juan Borda foi atacado durante um desfile na rua, após um evento religioso, em 1897.

No Brasil, nenhum presidente foi assassinado no poder, mas dois morreram enquanto ocupavam o cargo. Afonso Pena teve complicações após uma pneumonia em 1909. E, em 1954, Getúlio Vargas cometeu suícidio em meio a uma crise política.

Outra morte famosa de um líder da região é a do então presidente chileno Salvador Allende, em 1973. Apesar de algumas teorias de que ele teria sido morto durante o golpe de Estado no país, uma investigação feita pela Justiça local décadas depois confirmou a versão oficial, de que o líder socialista cometeu suicídio enquanto militares bombardeavam o palácio do governo.

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