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Haddad escolhe secretários do Tesouro, da Receita e de Reformas

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, nesta quinta-feira (22), mais três secretários de sua pasta

FolhaPress

22/12/2022 13h26

Foto: EVARISTO SA / AFP

JULIO WIZIACK, NATHALIA GARCIA, JULIA CHAIB E CATIA SEABRA
BRASÍLIA, DF

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, nesta quinta-feira (22), mais três secretários de sua pasta. Dois deles já trabalharam com o petista quando ele foi prefeito de São Paulo (2013-2016).

No comando do Tesouro Nacional estará Robinson Barreirinhas; na Receita Federal, Rogerio Ceron; e na Secretaria das Reformas Econômicas, Marcos Barbosa Pinto, conforme antecipado pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Barreirinhas é advogado e foi Secretário de Assuntos Jurídicos da cidade de São Paulo. Ele será responsável pelo controle do caixa da União.

Próximo ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, o atual secretário da Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, chegou a ser cotado para o cargo, mas perdeu força diante da ideia de Haddad de ter secretários com os quais já trabalhou.

Agora, é possível que Salto vá para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que será chefiado por Alckmin.

Ceron é auditor de carreira e, recentemente, se despediu da presidência da SP Parcerias, órgão de concessões e PPPs (parcerias público-privadas) do governo paulista.

Foi Secretário de Finanças da prefeitura paulista, sucedendo a Marcos Cruz, outro nome para integrar o time da Fazenda.

Terá papel fundamental nas discussões da reforma tributária –uma das promessas de campanha de Lula que Haddad levará adiante.

Sua missão será aliviar o peso do imposto para quem ganha menos e apertar a cobrança sobre os mais ricos. Lula prometeu isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

À frente da recém-criada Secretaria de Reformas Econômicas estará Marcos Barbosa Pinto, que foi sócio do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, na Gávea Investimentos.

Haddad e Barbosa Pinto trabalharam juntos no Ministério do Planejamento no primeiro mandato de Lula.

Em 2019, ele foi o pivô da demissão de Joaquim Levy da presidência do BNDES, após receber a indicação para ocupar uma diretoria do banco -o que irritou Bolsonaro devido à ligação dele com o PT. Ambos acabaram deixando o governo.

À época, Haddad postou em suas redes sociais elogios ao executivo. “me assessorou na formação de 2 projetos de lei: Prouni e PPP. Sua contribuição técnica foi inestimável para o sucesso destas iniciativas. Bozo não conseguiria conviver com tanto talento”.

Haddad não anunciou o Secretário de Política Econômica (SPE). Guilherme Mello é o candidato mais forte. Ele foi o economista responsável pelo plano de governo de Lula na campanha.

Esse time será coordenado pelo ex-presidente do Banco Fator, Gabriel Galípolo, anunciado secretário-executivo da pasta na semana passada.

Além de seu braço direito no ministério, Haddad também escolheu Bernard Appy para a secretaria especial da reforma tributária e Anelize Lenzi Ruas para a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Essas secretarias são o carro-chefe do ministério na definição e condução da política econômica e, na avaliação de analistas de mercado, a escolha dos nomes reflete a disposição de Haddad em buscar na sua experiência à frente da prefeitura paulistana modelos de gestão para o ministério.

Haddad deixou a prefeitura sob críticas de João Doria, que o acusou de ter gastado demais e deixado o caixa sem recursos. O petista, no entanto, se defendeu dizendo que foi o responsável pelo maior volume de investimentos na cidade em três décadas e por ter conseguido o grau de investimento dado pela agência Fitch Ratings.

O futuro ministro já disse que dará prioridade a reformas, especialmente a tributária, e que vai trabalhar na proposta de uma nova âncora fiscal, um mecanismo de controle de gastos para evitar o crescimento desenfreado da dívida pública como proporção do PIB.

A indefinição causou turbulência no mercado e os investidores ainda aguardam essa definição para definir se deixam seus recursos aplicados no país. Para eles, o arcabouço fiscal dará os rumos da política econômica: se o governo Lula 3 aumentará demais os gastos sem controle do endividamento.

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