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Economia

Núcleos de inflação de emergentes têm queda mais acentuada, afirma Campos Neto

Campos Neto ponderou que houve um aumento recente das expectativas em 2023, após o último aumento da gasolina

Redação Jornal de Brasília

28/08/2023 16h29

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou nesta segunda-feira, 28, que a inflação de núcleos tem apresentado uma queda mais acentuada nos países emergentes, em comparação aos desenvolvidos.

Campos Neto frisou que há uma figura de inflação um pouco melhor na América Latina, o que pode estar atrelado ao fato de que grande parte dos países da região elevou juros antes, com efeito maior agora.

Ainda sobre o cenário inflacionário, o presidente do BC pontuou que houve uma melhora na inflação de energia no mundo, que foi um vetor forte de pressão no passado. Campos Neto acrescentou que a maior parte dos países está com expectativas de inflação bem desancoradas da meta para 2023. Para 2024, alguns mais e outros e outros menos, e, para 2025, grande parte mostra certa ancoragem, emendou. Ele também destacou que a maior parte dos países tem metas entre 2,0% e 3,0%.

No Brasil, afirmou, os três anos estão mais ou menos dentro da banda. Campos Neto ponderou que houve um aumento recente das expectativas em 2023, após o último aumento da gasolina – sobre o qual se posicionou favoravelmente.

Reprecificação dos juros

O presidente do BC emendou que há uma enorme reprecificação de juros ocorrendo nos Estados Unidos, em comparação ao cenário de três meses atrás. Entre os emergentes, disse, Chile e Brasil têm a precificação de juros mais avançada, seguidos por Colômbia – onde ainda há uma inflação de núcleos pressionada, logo a perspectiva é que ocorra uma desaceleração rápida – e México – país no qual o BC local tem apresentado mensagens duras.

Desaceleração do crédito no Brasil é bem mais lenta

O presidente do Banco Central reafirmou que a desaceleração do crédito no Brasil é bem mais lenta do que em outros países do mundo.

“Grande parte dos países está com crédito zero ou negativo”, disse Campos Neto. No Brasil, em contrapartida, a perspectiva é de uma desaceleração do crescimento do crédito para 8,0%, ante 13,5% no ano passado, emendou.

O presidente do BC reiterou que essa percepção corrobora a visão de que o Brasil está em um pouso suave, ou seja, trazendo a inflação para baixo com o menor custo possível para sociedade. Campos Neto participou de painel no Warren Institutional Day, em São Paulo.

Serviços

Campos Neto frisou que a autarquia está olhando com atenção para o núcleo de serviços, algo comum em outros países do mundo.

Campos Neto disse que a inflação de serviços subjacentes tem indicado queda, tanto no acumulado em três quanto em 12 meses, mas ainda em processo lento. O presidente do BC também avaliou que o último IPCA-15, de agosto, mostrou a inflação subindo um pouco, voltando para uma média acima de 4,0%, mas que essa já era mais ou menos a trajetória esperada pela autarquia.

Estadão conteúdo

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