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Economia

Mudança na comunicação não indica alteração do ciclo de cortes de juros, aponta ata do Copom

Para alguns membros do Copom, se essa incerteza permanecer elevada à frente, uma redução no ritmo de cortes de juros pode ser apropriada

Redação Jornal de Brasília

26/03/2024 9h15

Prédio do Banco Central em Brasília. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Entender a alteração na comunicação sobre os passos futuros como uma indicação de mudança no ciclo da política de juros é um equívoco, diz o Copom (Comitê de Política Monetária)do Banco Central em ata nesta terça-feira (26).

Embora o cenário-base não tenha sido alterado significativamente entre os encontros de janeiro e março, o comitê considerou apropriado ganhar mais flexibilidade diante das incertezas no cenário internacional e no ambiente doméstico.

Para alguns membros do Copom, se essa incerteza permanecer elevada à frente, uma redução no ritmo de cortes de juros pode ser apropriada, ainda que a taxa ao término do ciclo não sofra alterações.

“O cenário-base não se alterou substancialmente, mas, com as incertezas do cenário, julgou-se apropriado ter maior flexibilidade de política monetária. Ainda que a comunicação já contivesse uma condicionalidade embutida, avaliou-se que não trazia a flexibilidade requerida”, disse.

“Tal alteração reflete tão somente uma análise de custo-benefício da utilização desse instrumento adicional de política monetária. Por fim, reforçou-se que seria um equívoco interpretar a mudança na sinalização futura como uma indicação de alteração do ciclo de política monetária compatível com o cenário-base”, acrescentou.

De acordo com o colegiado do BC, uma retirada tardia do “forward guidance” (prescrição futura) poderia ser vista como uma promessa não cumprida e deveria ser evitada, pois poderia ter impacto sobre a credibilidade da comunicação e provocar volatilidade excessiva.

“Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir”, afirmou.

Na última quarta-feira (20), o Copom reduziu a taxa básica de juros (Selic) pela sexta vez seguida em 0,5 ponto percentual, de 11,25% para 10,75% ao ano.

Com esse novo corte, o colegiado do BC manteve a intensidade aplicada desde o início da flexibilização de juros, em agosto do ano passado.

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