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Economia

Manutenção de juros em próxima reunião não significaria fim de ciclo, diz diretor do Fed

Segundo ele, “pular uma alta de juros” em uma reunião daria ao BC dos EUA mais tempo para avaliar mais indicadores

Redação Jornal de Brasília

31/05/2023 16h28

Diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Philip Jefferson afirmou nesta quarta-feira, 31, que uma decisão de manter os juros “em uma próxima reunião não deveria ser interpretada como se tivéssemos chegado ao pico na taxa para este ciclo”. Segundo ele, “pular uma alta de juros” em uma reunião daria ao BC dos EUA mais tempo para avaliar mais indicadores, antes de tomar decisões sobre a extensão do aperto monetário adicional ainda necessário.

A declaração de Jefferson, que vota nas decisões de política monetária do Fed, foi dada durante discurso sobre estabilidade financeira e a economia dos EUA, em conferência em Washington. Segundo ele, eventos de “estresse bancário recente” foram um lembrete de que riscos e vulnerabilidades nos mercados financeiros “estão continuamente mudando”.

Jefferson considera que os mercados financeiros e as instituições desse segmento no país “permanecem resilientes, mesmo que riscos e vulnerabilidades na estabilidade no sistema financeiro dos EUA tenham crescido desde eventos recentes de estresse”.

Para ele, as condições no setor bancário têm se estabilizado graças, em parte, a ações decisivas emergenciais tomadas em março pelo Fed, pela Federal Deposit Corporation (FDIC) e pelo Tesouro. O Fed, usando instrumentos existentes regulatórios e de supervisão, trabalha para garantir que os bancos “melhores e atualizem” suas práticas de liquidez, financiamento imobiliário comercial gerenciamento de risco com taxa de juros.

O diretor do Fed diz esperar que os gastos e o crescimento “sigam bem lentos ao longo do restante de 2023” nos EUA, por causa das condições apertadas no mercado financeiro, do sentimento fraco do consumidor, da maior incerteza e da queda na poupança dos consumidores. Na avaliação dele, a inflação tem caído, mas segue “muito elevada ainda”.

Algumas medidas mostram progresso para que os preços desacelerem recentemente, particularmente no núcleo do setor de serviços, apontou. Segundo ele, é razoável esperar que estresses recentes levem bancos a apertar mais seus padrões para concessão de crédito, em magnitude ainda a ser mensurada, o que traz impacto ainda não claro para a economia e complica as projeções econômicas.

Jefferson diz que seu cenário-base não é de recessão. Ao mesmo tempo, juros mais altos e receita menor podem fazer com que empresas tenham mais dificuldade no serviço da dívida. Além disso, juros mais elevados podem exacerbar estresses em organizações financeiras, sobretudo as expostas a ativos de mais longa duração e com nível relativamente alto de depósitos não segurados no total de seus depósitos, afirmou ele.

Estadão conteúdo

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