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Economia

FMI melhora previsão de crescimento mundial para um ‘fraco’ 3% em 2023

“Ainda não estamos fora de perigo”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, em entrevista

Redação Jornal de Brasília

25/07/2023 13h37

Foto: Yuri Gripas/Reuters

A economia global crescerá 3% neste ano e no próximo, uma perspectiva “fraca”, previu nesta terça-feira(25) o Fundo Monetário Internacional (FMI), que considera “prioritário” continuar baixando a inflação.

A perspectiva de crescimento global “permanece fraca” e “se inclina para uma baixa”, alerta o Fundo na atualização do seu Panorama Econômico Mundial.

“Ainda não estamos fora de perigo”, disse à AFP Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, em entrevista antes da publicação do relatório.

Brasil e México

A sorte também sorri para a América Latina e o Caribe, cuja economia crescerá 1,9% este ano (+0,3 pp).

Isso se deve principalmente ao impulso de suas duas locomotivas econômicas: o Brasil (2,1%, +1,2 pp) devido “ao aumento da produção agrícola” e o México (2,6%, +0,8 pp) devido à recuperação do setor de serviços e “aos efeitos derivados da resiliente demanda nos Estados Unidos”, seu principal parceiro comercial.

Até 2024, a economia da região crescerá 2,2%, inalterada em relação às previsões anteriores.

A organização financeira espera também um forte crescimento da economia espanhola, de 2,5% (+1 pp) para este ano, e melhorou as previsões para o Reino Unido (0,4%), deixando a Alemanha como a única economia do G7 que deverá contrair este ano, 0,3%.

As previsões também melhoraram para a Rússia, para a qual o relatório do FMI em outubro passado previa uma recessão severa em 2023.

Em abril, já previa um crescimento de 0,7% para este ano, que agora sobe para 1,5% devido a “um grande estímulo fiscal”.

Inflação alta

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou em maio que a covid-19 já não constitui uma “emergência mundial de saúde”, as redes de abastecimento se recuperaram e os custos de envio e prazos de entrega voltaram aos níveis pré-pandemia, mas as motivos que desaceleraram o crescimento em 2022 “persistem”, explica o FMI.

As previsões para este ano melhoraram apenas 0,2 ponto percentual (pp) em relação às de abril, porque a alta das taxas de juros para combater a inflação “continua impactando a atividade econômica” no mundo.

A inflação ainda afeta o poder de compra de muitas famílias, embora se espere que caia de 8,7% em 2022 para 6,8% em 2023 e 5,2% em 2024.

O núcleo da inflação (que exclui os preços voláteis de alimentos e energia) cairá “de forma mais gradual”, informa a instituição financeira.

Prudência

Os preços de alimentos e energia caíram consideravelmente em relação aos picos de 2022, mas estão bem acima dos níveis pré-pandemia (cerca de 3,5%).

Há poucas exceções, como a China, onde a inflação está abaixo das metas estabelecidas.

A inflação “pode permanecer alta e até aumentar se houver novos choques, como a escalada da guerra na Ucrânia e eventos climáticos extremos”, alerta o FMI.

Para os Estados Unidos, o Fundo espera que a economia cresça 1,8% (+0,2pp) e que a expansão caia para 1% em 2024 (-0,1pp) à medida que as poupanças acumuladas durante a pandemia se esgotem.

“Nos mantemos prudentes sobre a possibilidade de a economia dos EUA evitar uma recessão” e “fluir para sua meta de inflação sem uma recessão no futuro”, disse Gourinchas à AFP.

A atividade econômica nas economias avançadas vem atrás: 1,5% em 2023 (+0,2 pp) e 1,4% no próximo ano (sem variação em relação a abril).

Grande parte do crescimento global virá de economias asiáticas emergentes e em desenvolvimento, como Índia (6,1% em 2023) e China (5,2% este ano e 4,5% em 2024, sem alterações em relação a abril).

Ainda assim, na China, a contínua fragilidade do setor imobiliário “está contendo os investimentos, a demanda externa continua fraca” e o nível de desemprego entre os jovens cresce (20,8% em maio de 2023).

© Agence France-Presse

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