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Economia

Dono do BTG tenta reduzir resistência do mercado a Haddad na Fazenda

Quer anunciar o nome do petista na Fazenda sem que os indicadores da economia -Bolsa e juros futuros- sofram queda acentuada.

FolhaPress

07/12/2022 21h10

Foto: Nacho Doce/Reuters

Julio Wiziack
Brasília, DF

O banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, se encontrou com diversos banqueiros e casas de investimento nas últimas semanas para tentar reduzir ao máximo a resistência do mercado financeiro a Fernando Haddad no comando da Fazenda.

Procurado, Esteves não quis comentar. Esteves é um dos empresários mais próximos de Lula. Assessores do presidente eleito afirmam que ele sinalizou precisar de uma espécie de “waiver” do mercado (licença, no jargão financeiro) para Haddad.

Quer anunciar o nome do petista na Fazenda sem que os indicadores da economia -Bolsa e juros futuros- sofram queda acentuada.

Desde então, Esteves passou a se reunir, em privado, com executivos do setor. A coluna ouviu quatro deles, sob condição de anonimato.

Nas conversas, o que se comentou é que o presidente eleito aposta em uma forte retomada da economia em seu início de mandato e que Haddad poderá surfar nessa onda. Esteves passou a mensagem, ainda segundo relatos, de que não há razões para preocupações.

Nos bastidores, no entanto, discordam. Acreditam que haverá muitos focos de tensão na equipe econômica, caso Haddad seja nomeado –o que ocorreria após a diplomação, marcada para a próxima segunda-feira (12).

O banqueiro também procurou seus principais clientes (grandes investidores) e parceiros -movimento que teve início há cerca de duas semanas, antes do almoço na sede da Febraban, a federação dos bancos, em São Paulo.

Haddad foi ao evento representando Lula, que não pôde comparecer e foi tratado com honras de ministro. Assessores de Lula afirmam que a interlocução de Esteves com Haddad tem sido direta.

O cenário apresentado aos banqueiros indica que está em curso um movimento de empoderamento do ex-prefeito de São Paulo.

Os motivos, na avaliação dos executivos, seriam mais políticos do que de governo.

Lula vive um dilema: não tem um político forte no PT (e bom de votos) para sucedê-lo. Outro problema é que Guilherme Boulos (PSOL-SP) vem se destacando como expoente na esquerda e Lula quer tentar neutralizá-lo nas eleições de 2026.

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