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Economia

Dólar fecha em alta de R$ 1,51%, a R$ 5,3597, com incertezas sobre novo governo

A alta foi a direção tomada pelo dólar durante toda a sessão de negócios nesta primeira segunda-feira do ano. Impulsionada por motivos essencialmente internos

Redação Jornal de Brasília

02/01/2023 19h13

Foto: Banco de imagens

A alta foi a direção tomada pelo dólar durante toda a sessão de negócios nesta primeira segunda-feira do ano. Impulsionada por motivos essencialmente internos, a divisa dos Estados Unidos se fortaleceu frente ao real oscilando perto das máximas intraday em boa parte da etapa vespertina. O dia foi marcado pela troca de comando nos ministérios e os primeiros atos efetivos do novo governo, como a publicação de Medidas Provisórias (MP), que levaram desgosto aos investidores do mercado financeiro, impondo alta relevante no segmento de câmbio, reprecificação na curva de juros e queda da Bolsa.

A moeda americana no spot marcou mínima de R$ 5,2920 e máxima de R$ 5,3657 -alcançada na parte da manhã -, para fechar o dia com avanço de 1,51%, a R$ 5,3597.

“O dia foi indigesto para o mercado, com o novo governo revogando decretos que foram pilares do anterior e um dos grandes impactos foi com a renovação da desoneração dos combustíveis, que demonstrou a primeira desavença entre eles”, apontou Evandro Caciano, head de câmbio da Trave Finance.

Ainda assim, Caciano avalia que a subida de hoje está inflada mais pelo volume de declarações de autoridades. Isso porque, explica, o mercado está digerindo todas as mudanças, mas, ressalta, não há grandes surpresas sobre o que está sendo feito e o que sempre foi dito desde a campanha. “O mercado está digerindo. Por mais que o time do ministério se pareça mais com Dilma do que com o de Lula 1, o próprio presidente já governou por oito anos. Me parece mais um preconceito ideológico do que um fato”, acrescentou, dizendo que Haddad deixou uma herança positiva na Fazenda de São Paulo. “Agora vamos ver quanto ele vai ter poder e autoridade na sua pasta”.

E justamente essa dúvida que o mercado levantou hoje quando viu a contradição entre o que Haddad negociou com Guedes sobre os combustíveis e a MP que prorrogou a isenção por mais 60 dias. Para economista e professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vagas (EESP/FGV) e ex-chefe do Departamento Econômico do Citibank, Marcelo Kfoury, Haddad, um “market friendly” da equipe econômica do governo Lula, ao lado da ministra do Planejamento, Simone Tebet, colheu sua primeira derrota para a ala mais política composta pela presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, e pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

No exterior, sem referência em Nova York e Londres, onde é feriado, as moedas fortes se fortaleceram ante o dólar. Já as de países emergentes perderam valor em um ritmo mais forte na parte da manhã e, em alguns casos, como o peso mexicano, até se valorizando frente à divisa americana neste final de tarde.

Estadão Conteúdo

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