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Economia

Dólar abre em alta com cautela externa mas passa a cair com realização de lucro

O dólar está volátil e caía por volta das 9h40 com ajustes de posições residuais de virada de mês e realização

Redação Jornal de Brasília

01/09/2022 10h11

Foto: REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

O dólar está volátil na manhã desta quinta-feira, 1, e caía por volta das 9h40 com ajustes de posições residuais de virada de mês e realização, após duas altas fortes seguidas frente o real. Entrada de capitais estrangeiros estão no radar após dados de atividade negativos na zona do euro e na China.

Nesta quarta-feira, 31, último dia de agosto, o dólar no mercado à vista engatou o segundo dia de alta firme e terminou o pregão superando a barreira de R$ 5,20, a R$ 5,2015, (+1,73%). Com avanço de 2,43% nesta semana, a divisa americana encerrou o mês passado com leve ganho, de 0,53%. Mas em 2022, carrega perdas de 6,71% ante o real. O dólar futuro para outubro fechou a quarta-feira em alta de 1,13%, aos R$ 5,2245.

Os investidores no exterior reforçam a demanda por proteção nesta manhã, que impulsiona a moeda americana e os retornos dos Treasuries, ainda apoiados em expectativas por um Federal Reserve (Fed) agressivo contra a inflação na reunião monetária de 21 de setembro. Um aumento de 75 pontos-base (pb) segue como principal aposta nos mercados para a reunião do Fed em 21 de setembro. O mercado aguarda o relatório de empregos, o payroll, dos Estados Unidos, que será divulgado nesta sexta-feira, 2.

O mau humor nesta manhã reflete ainda números preocupantes de atividade na China e Europa. Os investidores repercutem os PMIs da Alemanha e zona do euro, que caíram aos menores níveis em 26 meses, apontando para contração econômica. Na zona do euro, após o CPI anual atingir novo recorde de 9,1% em agosto, acima das previsões dos analistas, é esperado também que o BCE faça um aperto maior em sua próxima reunião no dia 9 de setembro.

Na Ásia, o PMI industrial da China apurado pela Caixin recuou de 50,4 para 49,5 em agosto, entrando no território contracionista, o que pesou nas bolsas da região, além da influência das perdas ontem nas bolsas de Nova York.

Os investidores locais estão analisando também o crescimento do PIB brasileiro no segundo trimestre de 1,2%, acima da mediana do mercado na margem (+0,9%) e também a alta de 3,2% na comparação anual, ante mediana esperada por economistas de +2,8%. Ainda segundo o IBGE, o PIB do segundo trimestre de 2022 totalizou R$ 2,4 trilhões.

Também está no radar a possibilidade de anúncio de nova redução nos preços dos combustíveis pela Petrobras, a partir de sexta-feira, sinalizado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição em outubro. O mercado aguarda a confirmação para estimar o impacto de baixa na inflação do País.

Entre as commodities, os contratos futuros de petróleo e o preço do minério de ferro seguem em baixa. O barril de petróleo perde mais de 1% em Nova York e Londres e o minério de ferro mais negociado, para entrega em janeiro, na Dalian Commodity Exchange da China teve baixa de 1,17%, a 675,50 yuans, o equivalente a US$ 97,9.

Já o contrato de outubro na Bolsa de Cingapura teve baixa de 4,3% a US$ 96,25 a tonelada, em meio a novos surtos de covid-19 no País e a pior onda de calor em seis décadas, que levou a racionamentos de energia e prejudicou a manufatura chinesa. Além disso, a crise do setor imobiliário também pesa sobre o setor financeiro da China.

Às 9h41 desta quinta, o dólar à vista tinha baixa de 0,38%, a R$ 5,1810, ante máxima em alta a R$ 5,2235 nos primeiros negócios. O dólar para outubro perdia 0,12%, a R$ 5,2210, ante máxima intradia em alta a R$ 5,1620.

Estadão Conteúdo

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