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Economia

Descolado do exterior, Ibovespa sobe 0,71%, a 107 mil pontos, com siderurgia

Na B3, o dia foi de recuperação para as ações de commodities (Vale ON +2,66%, Petrobras PN +1,70%) e especialmente para as de mineração

Redação Jornal de Brasília

19/05/2022 17h56

Foto: Divulgação

O dia foi majoritariamente negativo nos mercados acionários do exterior, da Ásia à Europa e aos Estados Unidos, mas o Ibovespa conseguiu retomar o sinal positivo desde a manhã, favorecido por forte ajuste no câmbio. A sessão foi marcada por avanço do euro frente ao dólar, após novos sinais de que o Banco Central Europeu (BCE) corrigirá a política monetária para conter o avanço da inflação no velho continente. Assim, o dólar, que na quarta-feira havia sido negociado à vista a R$ 5 na máxima do dia, fechou nesta quinta-feira em queda de 1,32%, a R$ 4,9168, com mínima a R$ 4,8809. E o Ibovespa subiu 0,71%, a 107.005,22 pontos, com giro a R$ 24,8 bilhões.

Entre a mínima e a máxima, a referência da B3 oscilou dos 105 760,05 aos 107.420,34 pontos (+1,10%), saindo de abertura aos 106.248,98 pontos. Na semana, sobe 0,08%, com perda no mês a 0,81% – no ano, o avanço é de 2,08%.

“O mercado ainda tem que entender qual realmente será a atitude do BC americano frente a uma inflação que é muito mais parecida com a da década de 1980 do que a vista recentemente nos Estados Unidos, e também na Europa”, diz Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group. “Há choques de oferta desde a covid e, agora, com a guerra na Ucrânia. Uma inflação hoje, com economia aquecida e componente de demanda também, que passa a ser indexada em preços e salários, permanecendo em alta por mais tempo”, acrescenta.

Nesse contexto, “o mercado precisa entender qual será a taxa de juros nominal que fará a inflação voltar a ser palatável, e este juro nominal provavelmente será mais alto do que o visto recentemente nos Estados Unidos, embora não tão alto quanto o da década de 80”, diz Miraglia. “Quanto mais rápido o Fed subir a taxa, quanto mais agressivo for, mais rápido as curvas longas se estabilizarão. Sendo uma ou outra a abordagem, os cenários são desafiadores.”

Na B3, o dia foi de recuperação para as ações de commodities (Vale ON +2,66%, Petrobras PN +1,70%) e especialmente para as de mineração (CSN ON +7,20%, Usiminas PNA +5,11%, Gerdau PN +2,62%), mas o desempenho negativo do setor financeiro (Bradesco PN -0,77%, BB ON -0,58%), o de maior peso no índice, impediu que o Ibovespa fosse mais além.

Na ponta positiva, destaque, além de CSN ON, para CSN Mineração (+9,07%), ambas à frente de Méliuz (+5,64%) e de Locaweb (+5,52%). No lado oposto, Petz (-5,20%), Hapvida (-4,11%) e WEG (-3,41%). No dia seguinte à aprovação da privatização da empresa pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Eletrobras ON e PNB fecharam em alta de 3,03% e 2,54%, respectivamente.

“Em um dia de agenda fraca, a recuperação ficou por conta da valorização das commodities, como Brent e minério de ferro, associado ao recuo dos juros futuros, que parecem ter marcado topo no início da semana e apresentam sinais de desaceleração da alta, observada nos últimos meses”, observa Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

“O mercado conseguiu se descolar hoje de Nova York, que ainda tentou reação no fim da tarde mas teve um dia bastante volátil. Aqui, o descolamento veio principalmente das empresas de commodities, com o minério melhorando entre a noite de ontem e o dia de hoje, o que contribuiu para a recuperação dos ativos, especialmente os associados a matérias-primas, que tinham sofrido bastante na quarta-feira”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, destacando também a alta do petróleo na sessão, que ajudou as ações da Petrobras (ON +0,84%).

“Além disso, o anúncio de ‘buy back’ recompra de ações, tanto da CSN como da CSN Mineração, em volume de 5% ou 6% da empresa, foi bastante positivo, em dia mais fraco para as ações de bancos”, acrescenta Moliterno.

Estadão Conteúdo

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