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Economia

Cautela externa volta a imperar e Ibovespa cai pelo terceiro dia seguido

Novos pedidos de auxílio-desemprego na semana ficaram um pouco abaixo do esperado, o que permitiu alta das bolsas em determinado momento

Henrique Kotnick

16/04/2020 12h01

(Rovena Rosa/Agência Brasil)

Nem mesmo a expectativa de reabertura de algumas economias mundiais após isolamento social e o resultado menos deteriorado dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA conseguiram segurar o Ibovespa e a maioria das bolsas em Nova York no campo positivo.

Os novos pedidos de auxílio-desemprego na semana ficaram um pouco abaixo do esperado, o que permitiu alta das bolsas em determinado momento. “Mas o índice de atividade da Filadélfia veio pior, enquanto um dado do setor imobiliário caiu mais”, pondera o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

A questão agora, diz Rostagno, é saber quais serão os planos de afrouxamento das medidas de isolamento social e de normalização de algumas economias. “Enquanto isso, o investidor seguirá em compasso de espera”, estima. Às 11h26 desta quinta-feira, o Ibovespa caía 0,59%, aos 78.338,44 pontos, após ter iniciado o dia em alta, chegando a superar levemente os 80 mil pontos. Na terça e na quarta, o índice já havia fechado em baixa.

Neste cenário, o sobe-e-desce – que tem sido marca nesta crise na Bolsa brasileira – não deve ser descartado, sobretudo em dia de agenda fraca no Brasil e enquanto se espera por definição no Ministério da Saúde. Conforme o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, a troca de ministros deve ser feita no mais tardar amanhã. Atualmente, o ministro da pasta é Luiz Henrique Mandetta. Há tempos ele e o presidente Jair Bolsonaro não estão se entendendo em relação às medidas adotadas para conter o novo coronavírus.

Diante da pandemia, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu a demanda mundial da commodity, gerando ainda mais cautela. A Opep estima que a procura pelo petróleo sairá de crescimento de 6,9 milhões de barris por dia (bpd) para queda inédita de 6,8 milhões de bpd. Conforme a entidade, o impacto do novo coronavírus sobre a demanda não tem precedentes, afetando muitos países.

Nos EUA, há a expectativa de reabertura da economia. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que as últimas informações sugerem que o país “já superou o pico” dos casos da covid-19, enquanto na China as unidades já estão em operação parcial desde fevereiro.

Porém, os estragos na economia devem continuar sendo grandes. A expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês, que sai na noite de hoje, do primeiro trimestre, mostre sua primeira contração em quase 30 anos. Também serão informadas a produção indústria e as vendas do varejo do país asiático.

Estadão Conteúdo 

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