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Economia

Cautela externa e com bancos locais limitam otimismo do Ibovespa após queda da Selic

Além do recuo das bolsas norte-americanas e do efeito da queda do minério de ferro sobre papéis ligados ao segmento na B3, o Índice Bovespa enfraquece em meio a incertezas com a inadimplência do Brasil

Redação Jornal de Brasília

03/08/2023 11h46

Foto: Divulgação

O inesperado corte da Selic, de 13,75% para 13,25% ao ano na noite de quarta-feira, 2, impulsionou o Ibovespa, que subiu 1,46%, na máxima aos 122.619,14 pontos pela manhã desta quinta-feira, 3, com destaque para algumas ações ligadas ao setor de consumo e a bancos. Contudo, há instantes, o Índice Bovespa passou a ter instabilidade, testando queda e abandonando o nível dos 121 mil pontos, depois de ir à máxima dos 122.619,14 pontos. Na ocasião avançou 1,46%.

Além do recuo das bolsas norte-americanas e do efeito da queda do minério de ferro sobre papéis ligados ao segmento na B3, o Índice Bovespa enfraquece em meio a incertezas com a inadimplência do Brasil, em dia de divulgação do balanço do Bradesco, após o fechamento da B3.

Espera-se que o banco apresente lucro de R$ 4,396 bilhões relativo ao segundo trimestre, de acordo com a média das estimativas do Prévias Broadcast. O resultado seria 37,6% menor que o registrado no mesmo intervalo de 2022, e 2,7% maior que o do primeiro trimestre deste ano.

“A temporada de balanços traz um pouco de cautela, limitando as compras. O investidor tenta esperar o resultado para depois tomar uma decisão, mas é claro que a decisão do Banco Central é muito positiva, trouxe uma notícia melhor do que a esperada. Hoje tem balanços de Bradesco e Petrobras, e de big techs nos Estados Unidos”, diz Lucas Martins, sócio e especialista da Blue3 Investimentos.

Para completar, Eletrobras recua em meio a declarações de membros ligados ao governo de que as obras de Angra 3 podem ficar de fora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será divulgado no próximo dia 11.

“O recuo de quase 3,00% do minério de ferro pesa. O PMI de serviços da China subiu em julho, mas o que importa mais é o industrial, que recuou, como divulgado nesta semana. Isso frustra um pouco. A economia chinesa depende de estímulos, só que de infraestrutura”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

De todo modo, a queda promovida e a sinalização do Banco Central (BC) de que as próximas reduções serão da mesma magnitude tendem a estimular alta do Ibovespa, que ontem fechou em baixa de 0,32%, aos 120.858,72 pontos.

A despeito do impacto de alta esperado em ações ligadas ao ciclo econômico e do setor de bancos, Laatus pondera que é preciso cautela, dado que a inflação estimada para 2024 – foco da política monetária – está acima (3,89%) da meta de 3,00%. Lembra ainda que o nível de inadimplência no Brasil segue elevado.

Às 11h24, o Ibovespa caía 0,17%, na mínima aos 120.654,51 pontos Eletrobras caía até 4,0% e Vale ON cedia 0,31%. Entre os grandes bancos, Bradesco recuava 1,55% (ON) e -0,60% (PN).

No exterior, além de balanços, há expectativa pelo payroll, relatório de emprego norte-americano, que sai na sexta-feira, e será importante para balizar as estimativas para os juros dos EUA.

Estadão Conteúdo

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