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Economia

Aumento de imposto sobre petróleo é ‘o risco’ para o setor, diz CEO da Prio

Para o executivo, as investidas do governo federal para aumentar a arrecadação e reduzir o déficit fiscal são sua maior preocupação

Redação Jornal de Brasília

29/01/2024 13h48

Rio de Janeiro (RJ), 28/09/2023 – A técnica de operação, Josy Araújo, segura recipiente com petróleo no Navio-plataforma P-71, instalado no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, a 200 km da costa do Rio de Janeiro. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

JÚLIA MOURA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Um eventual aumento na taxação sobre a exploração de petróleo e minério de ferro é a grande preocupação para o setor, afirmou Roberto Monteiro, presidente da Prio (antiga PetroRio), em evento nesta segunda-feira (29) em São Paulo.

“A possibilidade de taxar um setor que gera muito caixa, por exemplo, o petróleo e a mineração. Esse é o risco. Às vezes, me perguntam: ‘Você acha que é o maior que existe?’ Esse é o risco do negócio, esse é o risco do Brasil como um todo, principalmente nesse setor”, afirmou Monteiro durante evento do banco de investimento UBS BB.

Para o executivo, as investidas do governo federal para aumentar a arrecadação e reduzir o déficit fiscal são sua maior preocupação.

“Essas coisas pequenas de estados normalmente são mais contidas, são mais fáceis de lidar. Essas maiores, que são oriundas da Federação, que não conseguiu chegar à meta de arrecadação, são as que mais preocupam, efetivamente.”

Apesar da apreensão, Monteiro disse que não há nenhuma mudança tributária no radar, mas que isso não significa que elas não vão acontecer.

“Quando teve o imposto de exportação, nós descobrimos no dia. Foi um problema”, afirma Monteiro.

Em 2023, o governo Lula promoveu a taxação temporária sobre as exportações de petróleo cru para custear parte da reoneração parcial dos combustíveis.

“Na hora de você tomar uma decisão de investimentos, uma decisão de bilhões, isso é levado em conta. Então, se é uma coisa pequena, mas que vai avançando, vai elevando, até que chegue um momento que você não aguenta mais, você vai para outro lugar.”

Outra preocupação do CEO da Prio são as licenças do Ibama. A companhia aguarda o sinal verde do regulador para começar a produção do campo de Wahoo na Bacia de Campos.

“Não é uma questão de se vai sair a licença, é uma questão de quando. Ele está a 1.200 metros de profundidade. Não vamos encontrar uma barreira de coral nessa profundidade.”

Ele também tem a mesma visão sobre a chamada margem equatorial, extensa região na costa norte do país considerada uma nova fronteira para a indústria de exploração de petróleo e gás. Para Monteiro, a região oferece um grande potencial e pode ser explorada sem impactar o meio ambiente. “Ela pode ser tão grande quanto ou maior que o pré-sal.”

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