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Brasil

Por Covid-19, Justiça veta entrada de mais detentos em presídio de Porto Alegre

Por causa da lotação –cerca de 4.200 presos para uma capacidade de 1.800–, os detentos ocupam juntos as galerias. As galerias reúnem cerca de 300 detentos

Redação Jornal de Brasília

22/07/2020 17h53

Foto: Agência Brasil

Paula Sperb
Porto Alegre, RS

Por causa da Covid-19, a 1ª Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre determinou na última terça-feira (21) que o presídio Central de Porto Alegre, como é chamada a Cadeia Pública, deixe de receber novos detentos por 15 dias.

O local não possui as tradicionais celas. Por causa da lotação –cerca de 4.200 presos para uma capacidade de 1.800–, os detentos ocupam juntos as galerias. As galerias reúnem cerca de 300 detentos.

Uma exposição de fotos e um documentário registraram a realidade do presídio.

Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (Seapen), há dois casos confirmados de Covid-19 no local. A Seapen avalia se irá recorrer da decisão e ressalta que estão proibidas visitas aos detentos.

A juíza Sonáli da Cruz Zluhan visitou o local na segunda-feira e constatou que “quando mais de um preso, em mais de uma galeria, está contaminado, é indicação de que o vírus já está na casa prisional e pode se alastrar rapidamente”.

“Tal interdição tem como finalidade apurar, com a maior precisão possível, os presos que já estão contaminados, evitando que novos apenados que adentrem o estabelecimento também se contaminem, o que causaria uma grande demanda de atendimento, inclusive hospitalar em alguns casos, sendo que não há leito suficiente e tampouco local de isolamento, pois todos os hospitais estão trabalhando com uma enorme demanda”, afirmou a juíza na decisão.

No entanto, os atuais detentos não serão transferidos.

Em todo o estado há pelo menos 255 detentos contaminados e duas mortes. A doença, porém, também alcançou os servidores penitenciários: são 30 casos confirmados entre os funcionários, segundo o Amapergs, o sindicato dos servidores penitenciários, que representa 5.300 funcionários.

Os servidores trabalham em mais de cem casas prisionais no estado, porém não atuam no Central e na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ).

As duas mortes dos detentos ocorreram na PEJ, que registrou um surto da doença. O local não foi interditado.

“Estamos preocupados com o desdobramento da doença nos sistema prisional, que já tinha os problemas conhecidos como superlotação e péssimas condições de higiene. Essas características ampliam os problemas que vão ocorrendo em função da doença”, diz o presidente do Amapergs, Saulo Felipe Basso dos Santos. “O sindicato representa os servidores, mas nos preocupamos também com a situação dos apenados”, acrescenta.

As informações são da FolhaPress

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