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Brasil

Pai de Henry quer se tornar assistente de acusação no processo sobre morte do filho

Um assistente de acusação pode propor meios de prova, solicitar perícias e acareações e fazer perguntas às testemunhas participando de debates

Redação Jornal de Brasília

26/05/2021 9h16

Atualizada 27/05/2021 15h31

O engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry Borel, solicitou à Justiça do Rio de Janeiro sua nomeação como assistente de acusação no processo sobre o óbito do filho. Henry morreu no dia 8 de março deste ano, e a mãe e o padrasto são suspeitos de envolvimento na morte.

Em petição enviada à juíza Elizabeth Machado Louro, titular do II Tribunal do Júri, o advogado de Leniel informa que a nomeação seria na “qualidade de pai da vítima”. Um assistente de acusação pode propor meios de prova, solicitar perícias e acareações e fazer perguntas às testemunhas participando de debates. A medida é prevista no Código de Processo Penal brasileiro. A petição foi obtida pelo jornal O Globo.

No mesmo pedido, Leniel solicitou também a devolução de seus três celulares e de um computador apreendidos durante as investigações da Polícia Civil, que já foram concluídas. A juíza deve enviar a petição para manifestação do Ministério Público nos próximos dias. O MP, então, decide se defere ou não o pedido.

A mãe de Henry, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e o namorado dela, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, são acusados de envolvimento na morte de Henry. Comprovou-se que o garoto foi torturado ao menos uma vez, e o autor seria Jairinho. A mãe sabia das agressões. Ambos estão presos e foram indiciados pelo crime de homicídio duplamente qualificado.

Papa Francisco presta solidariedade

No último dia 24 de abril, o Papa Francisco escreveu uma carta prestando solidariedade a Leniel. No documento, assinado pelo Monsenhor Luigi Roberto Cona, assessor para Assuntos Gerais da Secretaria do Vaticano, o Papa diz que “a loucura humana” levou à morte do menino.

O documento foi entregue a um parente de Leniel que mora em Portugal. “Neste momento, seus familiares sentem que precisam de fortalecer a sua fé, unindo seus corações ao coração do Sucessor de Pedro, cuja fé conta com um apoio especial de Jesus, para confirmar a fé dos seus irmãos”, diz um trecho da carta, endereçada a Leniel e à mãe dele, a dona de casa Noeme Camargo Borges de Souza.

“O Santo Padre conta com Leniel e Noeme para contrastar a cultura da indiferença e do ódio que sente crescer ao seu redor, não se deixe contaminar pelo ódio, transformando-se a sua imagem e semelhança. Seja do número das pessoas que se recusam a entrar no circuito do ódio, que se recusam a odiar aqueles que lhes fizeram mal, dizendo-lhes: ‘Não tereis o meu ódio’. Desde modo, ajudará a parar o mal, como fez Abraão quando pediu a Deus para não exterminar os justos com os culpados”, pontua a carta. Em outro momento, o documento afirma ser um milagre o que permite ao pai e à avó de Henry “viver em paz” e “ajudar a salvar o mundo de si mesmo”.

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